MST finaliza campanha fotográfica em tributo a Sebastião Salgado e planeja exposição para 2026

Movimento chama assentados e apoiadores a retratar a conexão entre famílias sem terra e os biomas do Brasil.

16/10/2025 13:56

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(Imagem de reprodução da internet).

Campanha Registros da Terra encerra homenagens a Sebastião Salgado

A campanha Registros da Terra: o MST e os biomas brasileiros, que presta homenagem ao fotógrafo Sebastião Salgado, aliado histórico do movimento e defensor da luta pela terra, chega ao fim nesta quinta-feira (16). A iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) mobilizou assentados, militantes e apoiadores em todo o Brasil para retratar, por meio da fotografia, a relação das famílias sem terra com os biomas brasileiros.

Aberta a fotógrafos profissionais e amadores, a convocatória buscou “popularizar a fotografia a partir dos equipamentos possíveis: câmeras, celulares ou até fotos antigas”, explicou Renata Menezes, representante do Plano Nacional Plantar Árvores e Produzir Alimentos Saudáveis do MST e integrante da comissão curadora da campanha, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.

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Exposição e legado fotográfico

O movimento planeja lançar uma exposição com 120 imagens selecionadas em janeiro de 2026, durante o Encontro Nacional do MST, em Salvador (BA). Todas as fotos enviadas estarão disponíveis no site do MST, “para o nosso deleite, para a nossa imaginação, para as nossas formas de ir retratando esses registros”, completou Menezes. Segundo ela, “muita coisa bonita tem surgido” dos envios.

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A representante destaca que a relação entre o MST e a fotografia é antiga e está ligada à trajetória de Sebastião Salgado. “O MST tem uma longa relação com a fotografia. Desde o final da década de 1990, especialmente após o massacre de Eldorado dos Carajás, Sebastião Salgado foi uma figura muito importante para denunciar a violência no campo”, explicou.

Reconexão com a natureza

Menezes relata que a parceria com Salgado, o escritor José Saramago e o músico Chico Buarque foi fundamental para a construção da Escola Nacional Florestan Fernandes, com recursos arrecadados pelo livro Terra, publicado em 1997 e dedicado à luta dos trabalhadores rurais.

Mais de duas décadas depois, o movimento retoma esse vínculo com a fotografia como parte de um esforço de reconexão com a natureza e valorização das práticas agroecológicas. “Existe uma disputa sobre como nos enxergamos na nossa relação com a natureza. A campanha vem nesse sentido: reconhecer essa relação e denunciá-la diante do avanço do agronegócio, que é o principal destruidor dos biomas e das florestas no Brasil”, afirmou.

Temas da exposição

A exposição Registros da Terra será dividida em cinco temas, que orientaram o envio das fotografias:

  • MST: protegendo os biomas por meio da luta pela terra: iniciativas do movimento em defesa da natureza e dos territórios;
  • Agroecologia como modelo de proteção da natureza: práticas que integram árvores aos sistemas produtivos e fortalecem os cuidados coletivos com os biomas;
  • Produzir alimentos saudáveis para proteger a natureza: a produção de alimentos em harmonia com árvores frutíferas e nativas;
  • Água, bem comum de todo o povo: ações de recuperação de mananciais e matas ciliares e a convivência com a água;
  • Agronegócio, destruidor dos nossos biomas: impactos ambientais e sociais provocados pelo modelo do agronegócio.

Programação do Conexão BdF

O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira: a primeira às 9h e a segunda às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

Autor(a):

Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.