MP-SP Pede Prisão de Deputado Lucas Bove em Caso de Violência Contra Influenciadora
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) solicitou a prisão preventiva do deputado estadual Lucas Bove (PL) devido ao descumprimento de medidas protetivas impostas à influenciadora Cíntia Chagas, sua ex-mulher. A promotora Fernanda Raspantini Pellegrino protocolou a denúncia na quinta-feira, 23 de outubro de 2025, justificando o pedido à Justiça, alegando que Bove repetidamente violou as medidas protetivas estabelecidas após ser acusado de perseguição, violência psicológica, física e ameaça.
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Desrespeito às Determinações Judiciais
Segundo o MP, o deputado ignorou sistematicamente as determinações judiciais desde o início do processo, mesmo após ter sido intimado e advertido pessoalmente e por meio de seus advogados. A promotoria afirmou que as medidas alternativas anteriores não foram suficientes para proteger a vítima.
Impacto Psicológico e Revitimização
O documento da denúncia, que está em segredo de justiça, revela que o comportamento de Bove expõe Cíntia Chagas a sofrimento psicológico e revitimização, principalmente através de publicações em redes sociais que fazem referência direta à ex-esposa e ao processo judicial.
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Pedido à Alesp
Na denúncia, o MP pede para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) tomar medidas cabíveis contra o deputado, tendo em vista que ele está sendo denunciado por crimes de violência contra mulher. O Ministério Público solicita que seja verificada a adoção de eventuais providências cabíveis, noticiando que ao requerido está sendo imputada a prática de crimes no contexto de violência contra a mulher.
Contexto do Caso
Em outubro de 2024, a influenciadora digital e professora de português Cíntia Chagas prestou queixa contra o ex-marido, o deputado Lucas Bove, por violência doméstica e psicológica. O caso está em segredo de justiça. Em nota, a defesa de Bove negou as acusações.
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Cíntia e Lucas Bove se casaram em maio de 2024, na Itália. Ela anunciou o fim do relacionamento em 12 de agosto de 2024, alegando “divergências” em relação a “objetivos de vida” de cada um.
Relatos de agressão de Bove contra Cíntia foram publicados em veículos de mídia, incluindo um episódio em que ele teria arremessado uma faca na direção da influenciadora. A advogada de Cíntia lamentou o “vazamento” do processo e destacou que sua cliente fez um “ato de coragem” ao procurar as autoridades.
Prints da denúncia circularam em redes sociais, mostrando trocas de mensagens pelo WhatsApp entre a influenciadora e o deputado com imagens que parecem ser de hematomas nas pernas de Cíntia.
Em outro episódio, durante um casamento no interior de São Paulo, o deputado teria forçado a influenciadora a tirar fotos com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Depois, ele teria expulsado a mulher do evento de maneira agressiva.
Cíntia também declarou que o ex-marido por diversas vezes a teria chamado de “burra”.
Após a formalização da denúncia, Cíntia Chagas afirmou receber a notícia “com serenidade e inabalável confiança na Justiça” e destacou que “a violência contra a mulher não se circunscreve à esfera privada: constitui crime e afronta à dignidade humana”.
Após a denúncia do MP, o deputado Lucas Bove também se manifestou publicamente, afirmando que o MP solicitou sua prisão “por ele responder a uma pergunta sobre fatos públicos” e que há um laudo oficial do Imesc (Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo) “atestando que não há dano psicológico, ignorado pela delegada”.
