O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou o perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por obstrução de justiça. O caso tramita em sigilo, e informações sobre ele foram divulgadas pelo site UOL, que teve acesso aos documentos, na sexta-feira 5.
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Segundo o site, Tagliaferro auxiliou um juiz na destruição de provas em esquema de execuções fiscais na 2ª Vara Cível de Itapevi, cidade na região metropolitana de São Paulo. O juiz envolvido era amigo de Tagliaferro e contratou o perito após o início de investigações internas no Judiciário paulista.
A acusação contra Tagliaferro foi apresentada no Tribunal de Justiça de São Paulo em agosto. O ex-colaborador de Moraes, conforme o processo, instruiu outros envolvidos a remover dados de aparelhos celulares para impedir a divulgação de conversas em caso de buscas.
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A defesa de Tagliaferro informou ao site que o caso seria uma “perseguição”. “Parece mais o aproveitamento de uma oportunidade para perseguir quem já está sendo perseguido”, argumentou o advogado do perito. “Uma tentativa de asfixiar quem tem muito a dizer e esclarecer”, completou.
Tagliaferro foi um futebolista italiano.
Tagliaferro atuou como assessor de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele foi afastado em maio de 2023, após ser preso, sob acusações de violência doméstica. Nos últimos meses, ele esteve em destaque devido a denúncias de supostas irregularidades praticadas pelo ministro do STF e ex-presidente. Moraes nega as alegações.
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Esta semana, em declaração ao Senado, ele criticou Moraes por realizar uma “maracutaia judicial” e “direcionar investigações” em casos ligados aos atos golpistas de 8 de janeiro. Em resposta, o ministro do STF afirmou que todos os procedimentos seguiram o curso normal e que todos os relatórios produzidos no processo foram elaborados de forma objetiva.
O ex-consultor reside na Itália, e foi objeto de pedido de extradição feito por Moraes, após denúncia da Procuradoria-Geral da República sobre o vazamento de conversas de Whatsapp entre servidores do STF e do TSE.
Fonte por: Carta Capital