MP acusa Nunes por ordem que proíbe apresentações de artistas no Teatro de Contêiner
Polícia Militar apreendeu um grupo sob coação e com uso de pimenta.
O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) notificou nesta quarta-feira 20 o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, solicitando esclarecimentos sobre a origem da ordem que determinou a atuação violenta da Guarda Civil Metropolitana (CGM) contra artistas do Teatro de Contêiner Mungunzá, na terça-feira 19.
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Agentes da GCM removeram à força e com uso de gás pimenta artistas de um prédio anexo ao teatro, no centro de São Paulo, onde eram armazenados equipamentos e pertences utilizados pelo Teatro de Contêiner. Segundo o MP, também houve agressões e ameaças contra os artistas com armas letais.
Solicita-se ao Sr. Ricardo Luís Reis Nunes (Prefeito do Município de São Paulo) informações sobre quem autorizou a intervenção de agentes da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, em 19 de agosto de 2025, com agressões físicas e ameaça com armas letais contra os integrantes da Cia. Mungunzá de Teatro (gestora que administra o Teatro de Contêiner Mungunzá desde 2016).
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A acusação solicitou ao prefeito a comprovação da existência de ordem judicial ou determinação administrativa que justificasse a intervenção no local, incluindo o emprego de bombas e spray de pimenta pela Inspeiria Regional de Operações Especiais.
As mesmas questões também foram direcionadas ao subprefeito de São Sebastião, Marcelo Salles, e ao inspetor superintendente do Comando-Geral da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, Jairo Chabaribery Filho. O Ministério Público estabeleceu um prazo de dez dias para as respostas.
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As investigações da promotoria fazem parte de uma ação civil já aberta pelo órgão para apurar possível ato doloso de improbidade administrativa praticado por Ricardo Nunes e secretários municipais em razão de notificação extrajudicial emitida pela prefeitura para a desocupação da área municipal em desuso, no bairro de Santa Ifigênia, no centro da capital paulista, onde se localiza o Teatro de Contêiner, “com a violação dos princípios constitucionais e abuso de poder de agentes públicos no exercício de suas funções”.
O teatro está situado no imóvel, que pertence à prefeitura, desde 2016. A proposta do grupo e da administração municipal é que o terreno seja destinado à Secretaria de Cultura do município e que a pasta realize a regularização do espaço.
Contudo, a prefeitura visa outra finalidade para o local, situado próximo à região da Cracolândia. A administração municipal afirma que a área ocupada pelo grupo faz parte de um “amplo projeto de revitalização da prefeitura, incluindo a construção de habitações e área de lazer”.
data-aos=”fade” data-aos-duration=”2000″>Data limite para desocupação.
A prefeitura foi questionada pela Agência Brasil nesta quarta-feira 20, mas não respondeu se há mandado judicial ou ordem administrativa e remoção coercitiva do teatro. A administração municipal informou que o prazo para a desocupação do imóvel encerra-se nesta quinta-feira 21.
A Guarda Civil Metropolitana efetuou na terça-feira, 19, a operação na Rua dos Protestantes para a desocupação de um imóvel situado ao lado do teatro. O edifício, que está interditado e será demolido pela Prefeitura de São Paulo, foi invadido por um grupo de indivíduos que utilizava um acesso ilegal proveniente do terreno do teatro. Diante da invasão e da recusa na desocupação do imóvel, tornou-se necessária uma intervenção das forças de segurança.
O Ministério Público marcou uma reunião presencial com representantes da prefeitura para o dia 8 de setembro.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.












