Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra organiza brigadas internacionalistas para apoiar Venezuela contra invasão dos EUA

Líder do movimento compara iniciativa às Brigadas Internacionais da Guerra Civil Espanhola dos anos 1930.

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(Imagem de reprodução da internet).

Movimentos Populares da América Latina se Mobilizam em Apoio à Venezuela

João Pedro Stédile, líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil, anunciou que movimentos populares de toda a América Latina estão se organizando para enviar brigadas de ativistas à Venezuela. A iniciativa visa apoiar o governo e o povo venezuelano diante das crescentes ameaças de uma possível intervenção militar dos EUA. A declaração foi feita em entrevista à Rádio BdF.

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“Nós, como movimentos na América Latina, estamos realizando reuniões e consultas para organizar, o mais rápido possível, brigadas internacionalistas de ativistas de cada um de nossos países para ir à Venezuela e ficar ao lado do governo e do povo venezuelano”, afirmou Stédile. A decisão foi tomada durante o Congresso Mundial em Defesa da Mãe Terra, realizado em Caracas na semana passada, que reuniu delegações de 65 países.

Inspiração Histórica e Papel dos Ativistas

Segundo Stédile, a iniciativa busca ecoar a “épica histórica” da esquerda internacional durante a Guerra Civil Espanhola (1936–1939), quando voluntários de diversos países foram à Espanha para defender a República. “Estamos indo para o combate? Claro que não! Não temos treinamento militar, nem deveríamos ter. O povo venezuelano sabe se defender. Mas nossos ativistas podem fazer mil coisas, desde plantar feijão e cozinhar para os soldados até ficar ao lado do povo se uma invasão dos EUA ocorrer”, explicou.

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Stédile criticou a administração do presidente dos EUA, Donald Trump, a qual descreveu como responsável por reviver a “ofensiva de golpe” contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro. “É uma mistura de loucura e fascismo. Ele acha que a força bruta pode derrubar o governo de Maduro e entregá-lo de bandeja a María Corina [Machado, a principal líder da oposição na Venezuela]”, disse sarcasticamente. O líder do MST enfatizou que o governo venezuelano “nunca teve um apoio popular tão forte” e “não tem medo de uma invasão dos EUA.”

Apelo a Lula

O líder do MST também pediu ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que adote uma postura mais firme em resposta às tensões crescentes. “Não acho que o governo Lula tenha percebido a gravidade da situação. É hora de tomar uma posição mais forte. Se ele não quiser ficar sozinho, poderia coordenar uma declaração conjunta com o México e a Colômbia, que já se manifestaram contra as agressões dos EUA”, sugeriu Stédile.

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Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.

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