Movimentos Populares da América Latina se Mobilizam em Apoio à Venezuela
João Pedro Stédile, líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil, anunciou que movimentos populares de toda a América Latina estão se organizando para enviar brigadas de ativistas à Venezuela. A iniciativa visa apoiar o governo e o povo venezuelano diante das crescentes ameaças de uma possível intervenção militar dos EUA. A declaração foi feita em entrevista à Rádio BdF.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“Nós, como movimentos na América Latina, estamos realizando reuniões e consultas para organizar, o mais rápido possível, brigadas internacionalistas de ativistas de cada um de nossos países para ir à Venezuela e ficar ao lado do governo e do povo venezuelano”, afirmou Stédile. A decisão foi tomada durante o Congresso Mundial em Defesa da Mãe Terra, realizado em Caracas na semana passada, que reuniu delegações de 65 países.
Inspiração Histórica e Papel dos Ativistas
Segundo Stédile, a iniciativa busca ecoar a “épica histórica” da esquerda internacional durante a Guerra Civil Espanhola (1936–1939), quando voluntários de diversos países foram à Espanha para defender a República. “Estamos indo para o combate? Claro que não! Não temos treinamento militar, nem deveríamos ter. O povo venezuelano sabe se defender. Mas nossos ativistas podem fazer mil coisas, desde plantar feijão e cozinhar para os soldados até ficar ao lado do povo se uma invasão dos EUA ocorrer”, explicou.
LEIA TAMBÉM!
Salobo investe em melhorias ambientais com alta nos preços do cobre. Empresa aprimora liderança para reduzir turnover e aproveitar preços globais elevados
Santos Brasil colhe os frutos de investimentos realizados há anos em expansão portuária
Palestina denuncia acordo de Gaza como “decepção da opinião pública global”
Stédile criticou a administração do presidente dos EUA, Donald Trump, a qual descreveu como responsável por reviver a “ofensiva de golpe” contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro. “É uma mistura de loucura e fascismo. Ele acha que a força bruta pode derrubar o governo de Maduro e entregá-lo de bandeja a María Corina [Machado, a principal líder da oposição na Venezuela]”, disse sarcasticamente. O líder do MST enfatizou que o governo venezuelano “nunca teve um apoio popular tão forte” e “não tem medo de uma invasão dos EUA.”
Apelo a Lula
O líder do MST também pediu ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que adote uma postura mais firme em resposta às tensões crescentes. “Não acho que o governo Lula tenha percebido a gravidade da situação. É hora de tomar uma posição mais forte. Se ele não quiser ficar sozinho, poderia coordenar uma declaração conjunta com o México e a Colômbia, que já se manifestaram contra as agressões dos EUA”, sugeriu Stédile.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE