Nos últimos dias, após uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proibiu a versão manipulada dos medicamentos à base de semaglutida, como o Ozempic, Wegovy e Rybelsus, surgiu nas redes sociais a informação de que o medicamento Mounjaro (tirzepatida) também teria sido proibido.

A especulação, contudo, deriva de uma interpretação errônea da Nota Técnica nº 200/2025, que versa sobre critérios para insumos farmacêuticos ativos empregados em medicamentos para diabetes e obesidade.

A restrição se aplica exclusivamente à manipulação da semaglutida de origem biológica, princípio ativo presente em medicamentos como Ozempic e Wegovy. Dada a sua natureza como molécula biotecnológica, a eficácia e segurança da semaglutida não podem ser asseguradas em farmácias de manipulação.

A tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, tem origem sintética e possui registro ativo aprovado pela Anvisa desde setembro de 2023. Assim, o medicamento permanece autorizado para uso e manipulação no Brasil, contanto que sejam atendidas as exigências de qualidade, segurança e rastreabilidade.

A tirzepatida é o tratamento mais avançado disponível no Brasil para emagrecimento. Diferentemente da semaglutida, representa um avanço desta. A semaglutida possui um análogo, o análogo de GLP-1. Já a tirzepatida é análogo de GLP-1 e GIP. E este mercado está sendo muito transferido para a tirzepatida, por causa da maior perda de peso que ela causa, afirma Lucas Gasparini, co-fundador da Unikka Pharma.

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id=”A-Anvisa-esclarece-sobre-o-tema”>A Anvisa esclarece sobre o tema.

A Gerência-Geral de Inspeção e Fiscalização Sanitária declarou: “Não há proibição em relação ao Mounjaro ou à tirzepatida. O que está vedado é a manipulação da semaglutida de origem biológica. A tirzepatida, por ser de origem sintética e já registrada, permanece liberada dentro dos critérios de qualidade estabelecidos”, reiterou.

A Agência ressaltou que notícias sobre uma suposta proibição do Mounjaro “distorcem os fatos” e que o medicamento “segue respaldado pela legislação vigente”.

A decisão da Anvisa foi divulgada na segunda-feira (25) no Despacho nº 97/2025. A norma define novas regras para a importação e manipulação de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) da classe dos análogos de GLP-1, incluindo a semaglutida biológica – princípio ativo das canetas Ozempic, utilizada para diabetes tipo 2, e Wegovy, para obesidade, e do medicamento oral Rybelsus, para diabetes tipo 2.

Mounjaro: Ozempic: quem realmente precisa usar canetas para emagrecer

Fonte por: CNN Brasil