Presidente da Câmara Diverge de Lula sobre Relação entre Poderes

Após as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Congresso, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), manifestou sua discordância em relação às declarações do petista, feitas durante um evento no Rio na quarta-feira (15.out.2025). Motta revelou que conversou com Lula durante o voo de volta a Brasília e destacou que a relação entre os Poderes “precisa ser atualizada”.

O presidente da Câmara mencionou que tem mantido diálogo com Lula nos últimos dias. “Precisamos atualizar a relação entre o Poder Executivo e a Câmara dos Deputados”, afirmou em entrevista à jornalista Miriam Leitão, da GloboNews. Ele também comentou que planeja ter uma conversa pessoal com o presidente em breve, mas que o ambiente não era propício naquele momento devido à presença de muitas pessoas em um evento.

Diálogo e Governabilidade

Motta enfatizou que o diálogo deve ir além de uma simples discussão de relacionamento. “Temos colaborado com as agendas importantes para o país, e é isso que buscamos fazer”, disse. Ele ressaltou que o presidente precisa alinhar a governabilidade com os partidos políticos, especialmente os de centro, para facilitar a tramitação das matérias.

Durante a entrevista, o presidente da Câmara também criticou o atraso na liberação de recursos do Orçamento, mencionando “decisões do Supremo que retardaram a execução”. Ele destacou que “milhares de municípios dependem de emendas parlamentares para acessar serviços essenciais”.

Dificuldades na Execução Orçamentária

Segundo Motta, há desafios diante das cobranças de prefeitos da base aliada na Paraíba, que já contratam serviços contando com a liberação das emendas. “A execução está bem mais lenta do que em anos anteriores. O primeiro semestre foi praticamente perdido e, no segundo semestre, além da lentidão, houve mudanças que, embora boas, aumentaram a burocracia na execução orçamentária”, declarou.

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“Tudo isso prejudica a governabilidade”, afirmou Motta. “Acredito que o ajuste deve ocorrer não apenas nos espaços, mas também na execução orçamentária, para que a Casa possa entender que é dever do Poder Legislativo colaborar com as agendas importantes para o país”, concluiu.