Motta prioriza a anistia, negligenciando a isenção de IR e o encerramento da escala 6 x 1
A deputada Talíria Petrone declara que a grande maioria não se opôs ao avanço da agenda golpista, afirmando que isso é “muito grave”.
Debate Urgente na Câmara: Anistia a Golpistas e Pressão da Ala Bolsonarista
Após uma sessão intensa focada na aprovação da chamada “PEC da Blindagem”, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou a urgência de um projeto de anistia a golpistas, proposto pelo deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ). O anúncio foi feito por meio de uma publicação na rede social X.
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O Brasil necessita de pacificação e de um futuro baseado no diálogo e no respeito. O país avança, afirmou Motta, que tem dificultado o andamento de temas de relevância nacional, como a isenção do Imposto de Renda para pessoas com renda de até R$ 5 mil e o encerramento da escala 6×1.
A proposta, que ostenta a bandeira da ala bolsonarista, visa anistiar todos os atos golpistas ocorridos em outubro de 2022 até a presente data. O Plenário da Câmara será o responsável por decidir sobre o tema, após a análise do projeto de lei proposto por Marcelo Crivella.
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Recentemente, a bancada bolsonarista exerceu pressão sobre o presidente Motta, impedindo que ele ocupasse a mesa diretora do Congresso em agosto. A insistência da ala bolsonarista em relação à anistia ampla gerava divergências com alguns deputados do Centrão.
Após diversas reuniões com os líderes, foi definido que o projeto de lei a ser levado ao plenário é o Projeto de Lei (PL) 2162/2023, que concede anistia aos participantes das manifestações reivindicatórias de motivação política ocorridas entre o dia 30 de outubro de 2022 e o dia de entrada em vigor da nova norma.
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A deputada Talíria Petrone (Psol-RJ), que lidera a bancada psolista na Câmara, declarou que a maioria dos parlamentares das demais bancadas demonstrou receptividade ao avanço de propostas consideradas golpistas, classificando o quadro como “muito preocupante”.
Motta se comprometeu a elaborar um relatório “moderado” para o projeto, afirmando que seu objetivo é “pacificar” a Casa. Para Talíria, “não há pacificação com uma agenda inconstitucional, antidemocrática e conivente com uma tentativa de golpe de Estado”.
A luta se concentrará em impedir o avanço do mérito da proposta. Diante da necessidade do povo trabalhador, que é a redução da jornada de trabalho, houve uma decisão de pautar uma agenda antidemocrática, inconstitucional, que avançava na isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. Isso representava um olhar para nossa história, uma história de impunidade diante dos golpistas e a aceitação de que ela poderia ser repetida.
O deputado Glauber Braga (Psol-RJ) denunciou ao Brasil de Fato o sequestro da pauta da Câmara. “Tudo que está acontecendo é muito ruim, para dizer o mínimo. Os caras ocuparam, sequestraram, melhor dizendo, a mesa diretora da Câmara. Artur Lira faz uma negociação com eles, entre outras coisas, tratando dessa PEC e eles agora fazem de tudo para que essa agenda seja ganhada no grito”.
A demanda por isenção de imposto de renda para quem recebe R$ 5 mil, o fim da escala 6 por 1 e a taxação de bilionários permanece como prioridade para a mesa diretora da Câmara.
Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.












