Morte de Yasser Abu Shabab em Gaza Abala Estratégia de Israel Contra o Hamas

A morte de Yasser Abu Shabab, líder anti-Hamas em Gaza, pode impactar os planos de Israel na região, gerando reações e consequências inesperadas.

04/12/2025 20:09

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Morte de Líder Anti-Hamas em Gaza Impacta Planos de Israel

O líder de um grupo anti-Hamas, que contava com armamento e apoio israelense, foi morto em Gaza, representando um possível revés para os planos de Israel na região devastada pela guerra. Yasser Abu Shabab, que comandava uma milícia em Rafah, no sul de Gaza, foi assassinado enquanto tentava mediar um conflito familiar em uma praça pública.

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Duas fontes israelenses relataram que houve uma tentativa de levar Abu Shabab a um hospital no sul de Israel antes que sua morte fosse confirmada. Com pouco mais de 30 anos, ele estava ampliando sua influência no sul de Gaza, buscando estabelecer uma área livre do Hamas.

Objetivos de Israel com a Milícia

Israel pretendia utilizar a milícia de Abu Shabab, denominada “Forças Populares”, para enfraquecer o Hamas, servindo como uma alternativa ao regime islamista. O governo israelense também planejava empregar essa organização para garantir projetos de reconstrução na região ocupada, na próxima fase do acordo de cessar-fogo.

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Durante os últimos meses do conflito, Abu Shabab teve um papel importante no controle do fluxo de ajuda humanitária pela passagem de Kerem Shalom. O Hamas, que anteriormente ameaçou atacar Abu Shabab, o classificou como traidor, mas não assumiu a responsabilidade por sua morte.

O grupo palestino declarou que ele enfrentou “o destino inevitável de qualquer um que trai seu povo”.

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Reações e Consequências

O Hamas elogiou aqueles que denunciaram Abu Shabab e outros por colaborarem com Israel, afirmando que a ocupação não pode proteger seus colaboradores. Em resposta, as Forças Populares negaram que Abu Shabab tenha sido assassinado pelo Hamas, desmentindo rumores sobre sua morte.

Imagens que circularam em grupos de mensagens em Gaza mostraram palestinos comemorando a morte de Abu Shabab. Ele coordenava gangues palestinas pouco organizadas que contavam com apoio israelense, e seus membros permanecem, em grande parte, na área ocupada por Israel.

De acordo com Muhammad Shehada, especialista em Gaza, o grupo de Abu Shabab, que alegava ter centenas de integrantes, realizava ataques em território controlado pelo Hamas antes de se retirar para a proteção israelense. Na falta de um plano de governança pós-guerra para Gaza, Israel tem apoiado esses grupos armados, que ocupam pequenos territórios na Faixa de Gaza.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu descreveu esses grupos como “uma coisa boa”, mesmo diante das críticas de seus opositores políticos, que o acusam de armar “o equivalente ao Estado Islâmico em Gaza”. A operação para armar esses grupos, incluindo o de Abu Shabab, foi autorizada sem a aprovação do gabinete de segurança, conforme relataram dois funcionários israelenses à CNN em junho.

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.