O ministro Alexandre de Moraes, do STF, interrompeu a fala do advogado Jeffrey Chiquini, que representa o ex-assessor da Presidência Filipe Martins. O incidente ocorreu durante a audiência do processo que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022.

Moraes invalidou o depoimento de Chiquini após o advogado questionar Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), sobre o efetivo e os planos de segurança do governo durante os atos extremistas de 8 de janeiro. Para o ministro, o defensor estava “interrogando” a testemunha. Também afirmou que o general já tinha respondido a essa pergunta anteriormente.

Segundo Moraes, as imagens da invasão aos Três Poderes são “claras” e demonstram que os envolvidos “não eram vandálicos, mas golpistas, inclusive já condenados”.

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Ao indicar que os vídeos de 8 de janeiro haviam sido incluídos de maneira seletiva, Chiquini foi interrompido pelo magistrado: “Foi você quem sumiu com alguma imagem? Você está acusando algo?”, questionou Moraes.

“Eu respondi de maneira vaga e ainda não alcancei essa questão”, declarou o advogado.

Após o impasse, Moraes interrompeu a fala de Chiquini e indagou se outro advogado desejava interrogar o general Gonçalves Dias. O defensor então retomou o microfone e perguntou: “Interrompeu a minha palavra?” Moraes confirmou: “Interrompi a palavra, doutor. Por favor.”

A interrupção da fala do advogado ocorre quando o juiz percebe que sua argumentação ultrapassou os limites do processo.

Não se trata da primeira vez que Moraes e Chiquini divergem durante o depoimento de testemunhas dos núcleos 2, 3 e 4 da tentativa de “golpe”. Na segunda-feira (14.jul), o ministro ordenou ao advogado de Filipe Martins que ficasse “silencioso”.

“Doutor, enquanto eu falo, o senhor fica quieto”, afirmou Moraes após ser interrompido por Chiquini. O advogado solicitava que a audiência fosse suspensa, alegando ter apenas quatro dias úteis para analisar 78 terabytes de informações, o que era “humanamente impossível”.

Fonte por: Poder 360