O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a prisão preventiva do hacker Walter Delgatti Neto, condenado a 8 anos e 3 meses de reclusão por invadir sistemas da Justiça brasileira. Na mesma decisão, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi sentenciada a 10 anos de prisão e teve a perda do mandato parlamentar decretada. Ambos foram condenados pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, após a inserção de documentos fraudulentos nos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – incluindo um falso mandado de prisão contra o próprio Moraes.

A decisão do ministro, divulgada no sábado (19), sustenta a manutenção dos fundamentos que justificaram a prisão preventiva, determinada em agosto de 2023. O ministro ressalta a “periculosidade social e a gravidade concreta das condutas imputadas ao réu” como razão suficiente para sua custódia. Em outra parte, aponta que a liberdade de Delgatti representa risco para a ordem pública e à aplicação da lei penal.

A manifestação é uma resposta ao pedido da defesa, que solicitava a progressão para o regime semiaberto. Delgatti está preso no Presídio de Tremembé (SP) há dois anos. Considerando que a pena é de 8 anos e 3 meses, os advogados argumentam que ele já cumpriu 20% do tempo, o que abriria caminho para a progressão.

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A defesa do hacker alega que ele foi “enganado” por promessas de Zambelli, apontada como a “mentora intelectual” do plano. Já os advogados da deputada afirmam que Delgatti é um “mentiroso compulsivo e mitomaníaco” e negam qualquer relação entre os dois. A defesa dela chegou a pedir uma arca de arrecadação online.

Além da pena de prisão, Delgatti e Zambelli também foram condenados a pagar R$ 2 milhões por danos materiais e morais coletivos.

Zambelli permanece foragida na Itália. Após a condenação, a deputada solicitou licença médica da Câmara para tratamento nos Estados Unidos, de onde realizou uma live declarando que não retornaria ao Brasil. Diante da fuga, Moraes ordenou sua prisão preventiva e a inclusão do nome da parlamentar na lista de divulgação vermelha da Interpol, em razão de sua tentativa de evitar o cumprimento da pena.

Publicado por Luisa Cardoso *Com informações do Estadão Conteúdo

Fonte por: Jovem Pan