O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes disse, em entrevista à agência Reuters publicada nesta quarta-feira 20, que acredita que o governo de Donald Trump revertirá as sanções aplicadas contra ele.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Moraes afirmou ser totalmente possível apresentar uma impugnação à Justiça dos Estados Unidos para suspender a punição, mas declarou ter optado por aguardar a questão diplomática entre Brasil e Estados Unidos.
Acredito que, quando essas informações forem devidamente transmitidas – e isso está ocorrendo atualmente – e os dados, de forma documentada, chegarem às autoridades norte-americanas, não será necessária nenhuma ação judicial para solucionar a questão. Eu acredito que o próprio Poder Executivo dos Estados Unidos, o presidente, fará a correção.
LEIA TAMBÉM!
Zé Trovão, de orientação bolsonarista, ameaça “acabar com a vida” de Moraes e revoga a declaração cinco minutos depois; assista ao vídeo
Proprietários da Camisaria Colombo são alvos de mandados de prisão por suspeita de fraude
PF apreende 14 integrantes de organização criminosa que formaram 330 empresas de fachada
Moraes justificou sua confiança nessa possibilidade, citando supostas divisões internas no governo Trump que ainda podem comprometer as sanções.
Existia hesitação na Secretaria de Estado e uma grande hesitação na Secretaria do Tesouro. Assim, a partir dessas informações mais corretas, eu acredito que ambos os departamentos irão fazer chegar ao presidente com essa finalidade.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O juiz, contudo, não especificou as supostas divergências internas ou detalhou como obteve a informação.
Após o ministro Flávio Dino revogar a validade imediata no Brasil de determinações judiciais, leis, decretos e ordens executivas de outros países, Cristiano Zanin pode avançar em uma espécie de reação da Corte aplica a Lei Magnitsky contra Moraes.
Zanin é o relator de uma ação do Partido dos Trabalhadores que visa impedir bancos brasileiros de aplicarem os efeitos da sanção imposta por Donald Trump a Moraes.
Em 1º de agosto, Zanin direcionou os autos à manifestação da Procuradoria-Geral da República. Após a resposta do órgão, ele poderá proferir uma decisão singular.
A ação no STF foi proposta pelo líder petista na Câmara, Lindbergh Farias (RJ). Ele solicitou que a Corte impedisse qualquer instituição financeira que opera no Brasil de executar, replicar, aderir ou aplicar, de forma direta ou indireta, as sanções impostas a Moraes.
O deputado afirma que o objetivo é assegurar a manutenção da autoridade e da independência do Poder Judiciário brasileiro, bem como a soberania do Estado brasileiro frente a interferências internacionais indevidas.
O parlamentar manifesta sua principal preocupação com a possibilidade de bancos extinguirem contas, bloquearem saldos ou limitarem os serviços bancários oferecidos por Moraes.
Em 11 de agosto, o partido Novo solicitou ao STF o arquemaento da ação de Lindebergh, alegando que ele não pode defender interesses de terceiros sem autorização. Além disso, conforme a legenda, não pode obrigar particulares a manter vínculos contratuais por meio de uma decisão judicial.
As medidas punitivas do governo Trump fundamentam-se na Lei Global Magnitsky, que visa responsabilizar indivíduos estrangeiros envolvidos em violações de direitos humanos ou atos de corrupção em escala internacional.
Ao anunciar a punição, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos judicializados com motivação política – inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Uma possível consequência prática seria o congelamento de todos os bens ou investimentos de Moraes nos Estados Unidos, fato que, segundo o ministro, ainda não foi confirmado. Em 18 de julho, o Departamento de Estado já havia revogado os vistos do magistrado e de seus familiares. No entanto, um efeito indireto seria o cancelamento de cartões de crédito emitidos nos Estados Unidos.
Fonte por: Carta Capital