O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, utilizou um aparte no voto da ministra Cármen Lúcia, na quinta-feira 11, para responder aos argumentos apresentados por Luiz Fux. O ministro votou na quarta-feira 10 em favor da absolvição de Jair Bolsonaro (PL) e outros cinco acusados no esquema de golpismo.
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Moraes declarou que os atos golpistas de 8 de janeiro não representaram um “domingo em um parque”. “É muito importante deixarmos isso bem claro, principalmente para a sociedade. Foi uma tentativa de golpe de Estado, não foi uma combustão espontânea”, afirmou o ministro. “Não foram baderneiros descoordenados que, ao som do flautista, fizeram fila e destruíram a sede dos Três Poderes”, disse o ministro.
Ele apresentou um vídeo no qual Bolsonaro o critica diretamente em um evento na Avenida Paulista, em São Paulo. Na filmagem, o ex-presidente afirma que Moraes deveria “se adequar” ou “pedir para deixar” o Supremo.
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Ao apresentar o conteúdo aos colegas, o magistrado destacou que se tratava de uma ameaça ao Poder Judiciário, inserida na estratégia golpista do ex-capitão. “Se eu dobrasse a cabeça e passasse para outro relator? Não é crime contra Alexandre de Moraes. É contra o Estado Democrático de Direito”.
O presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, concordou. “Parece ser uma coação institucional, que me parece própria dos crimes contra o Estado Democrático de Direito”.
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Bolsonaro e sete aliados são acusados de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e crimes contra o patrimônio público. Até o momento, Moraes, relator do caso, e Flávio Dino votaram pela condenação dos oito réus.
Fonte por: Carta Capital
