Moraes defende condenação de agentes da “Abin paralela” por monitorar adversários de Bolsonaro

Ministro revela que grupo utilizava estrutura da agência para vigiar adversários de Bolsonaro e disseminar desinformação. Confira no Poder360.

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(Imagem de reprodução da internet).

Condenação de Policiais e Militares por Desinformação

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), votou nesta terça-feira (21.out.2025) pela condenação do policial federal Marcelo Bormevet e do subtenente do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues. Eles foram acusados de produzir e disseminar desinformação em um plano de golpe de Estado em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Moraes afirmou que os réus faziam parte de uma “Abin [Agência Brasileira de Inteligência] paralela”.

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De acordo com o relator da ação, que envolve sete réus no núcleo 4 da tentativa de golpe, “a escolha dos alvos consistia em pessoas que contrariavam os interesses desse grupo político, configurando uma verdadeira organização criminosa”.

Estrutura da Abin Paralela

Moraes destacou que a “Abin paralela” era liderada pelo ex-diretor da agência, Alexandre Ramagem, que requisitava informações a Marcelo Bormevet, que, por sua vez, repassava ordens a Giancarlo Rodrigues. O ministro afirmou que o objetivo da Abin paralela era desacreditar instituições, incluindo o Tribunal Superior Eleitoral e as urnas eletrônicas, visando deslegitimar as eleições e a democracia.

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O ministro acolheu a argumentação da PGR (Procuradoria-Geral da República), que apontou que os réus usavam a “estrutura do Estado” para monitorar adversários políticos de Bolsonaro. Moraes mencionou que Giancarlo realizou 887 pesquisas no sistema FirstMile, utilizando senhas de seu superior, Bormevet.

Confissões e Vínculos

Segundo Moraes, Bormevet admitiu em seu interrogatório que recebia ordens para buscar informações sobre pessoas ligadas a Bolsonaro. O ministro caracterizou a “Abin paralela” como uma célula de inteligência miliciana de uma organização criminosa. Ele ressaltou que havia um vínculo claro entre os réus e que ambos tinham conhecimento da minuta golpista, que visava romper a ordem constitucional.

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O julgamento do núcleo 4 está sendo realizado pela 1ª Turma do STF, composta por militares da ativa e da reserva, além de um policial federal. Os réus incluem Ailton Moraes Barros, Ângelo Denicoli, Giancarlo Rodrigues, Guilherme Almeida, Reginaldo Abreu, Marcelo Bormevet e Carlos Cesar Moretzsohn Rocha.

Posições da PGR e Defesas

A PGR solicitou a condenação dos sete réus, com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmando que o grupo atuou de forma coordenada para usar a estrutura da Abin na produção e disseminação de informações falsas, visando gerar desconfiança nas instituições. O núcleo 4 é o segundo a ser julgado, após a condenação do núcleo 1 em 11 de setembro.

As sustentações orais ocorreram em 14 de outubro. A defesa de Ailton Moraes Barros argumentou falta de provas e alegou que suas publicações eram de caráter político, sem intenção golpista. Ângelo Denicoli contestou a inclusão de fatos fora da denúncia e a falta de provas concretas de sua participação.

Carlos Cesar Rocha defendeu que atuou tecnicamente e nunca afirmou haver fraude. Giancarlo Rodrigues negou envolvimento em ações violentas e afirmou que apenas cumpria ordens. Guilherme Almeida e Marcelo Bormevet também alegaram não ter participado de atos golpistas, enquanto Reginaldo Abreu contestou a proporcionalidade das acusações.

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.

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