O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), censurou uma testemunha que manifestou ceticismo em relação à trama golpista.
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A testemunha em questão foi Antonio Ramiro Lourenço, ex-secretário executivo do Ministério da Justiça, que foi ouvido a pedido da defesa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.
“Essa palavra ‘golpe’ eu só escuto na mídia. Acho que não teve nada nesse sentido de golpe”, disse Lourenço durante seu depoimento no dia 28 de maio.
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A simples intenção já configura o crime, afirma Moraes
Moraes alertou:
A Corte não se importa se o senhor concorda ou discorda que houve golpe. Limite-se a considerar os fatos,” afirmou o magistrado.
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Veja a transcrição:
Testemunha: “É claro que houve insatisfação com o resultado por parte de todos nós, não é? Nós fazíamos parte de um governo, gostaríamos que houvesse continuidade, mas… é isso. É o que eu falei: é um clima de fervor, insatisfação, mas jamais, jamais se pensou em qualquer outra hipótese que não fosse a transição. Esse momento ali, que eu falo dessas 48 horas, são dados, mas a gestão é extremamente profissional. Então, assim, para mim – eu comento, assim, com pessoas mais próximas – minha vida seria muito mais fácil, meu dia a dia – depois, principalmente, do 8 de janeiro, quando tudo aconteceu – se eu não tivesse vivido essa situação dentro do MJ (Ministério da Justiça), conhecido, participado das reuniões. Se eu apenas estivesse em casa sentado, assistindo televisão, eu passaria a acreditar naquilo. Só que eu estive do outro lado e nunca, jamais, houve essa palavra golpe. Eu só ouço na mídia.”
Moraes: “Senhor Antônio Lourenço, responda aos fatos. Se o senhor acredita ou não que houve golpe, realmente, isso não é importante para a Corte. Por favor, doutor Raphael, vamos nos ater aos fatos. Pode continuar a indagação.”
Fonte por: CNN Brasil