O ministro Alexandre de Moraes nega pedido da defesa de Jair Bolsonaro sobre a conta do Instagram de Mauro Cid
O ministro do STF Alexandre de Moraes negou, nesta segunda-feira (30 de junho de 2025), o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para que a PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifestasse sobre a conta do Instagram atribuída ao tenente-coronel Mauro Cid, antes das alegações finais da acusação.
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Na decisão, Moraes afirmou que não tolerará “tumulto processual e pedidos que visem a procrastinar o processo”. De acordo com o magistrado, a questão será analisada “no momento adequado”.
Pedido da defesa
No pedido apresentado mais cedo nesta segunda-feira (30 de junho), os advogados de Jair Bolsonaro afirmaram que Cid mentiu ao negar à Polícia Federal que tivesse usado VPN para excluir o perfil de Instagram “Gabrielar702”, que seria administrado pelo ex-ajudante de ordens, após ser questionado sobre a conta durante interrogatório na Justiça.
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A defesa sustenta que os registros das empresas Meta e Google indicam que a exclusão da conta ocorreu a partir de um servidor na Dinamarca, ocultando a verdadeira origem do acesso. A defesa alega que houve uma tentativa de destruição das provas no caso.
Os advogados também mencionaram outros documentos enviados pela Meta ao STF, que comprovavam a criação da conta de Instagram na residência de Cid.
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O Google confirmou que o endereço de e-mail utilizado foi criado em 2005, em nome de Mauro Cid, com a data de nascimento 17 de maio de 1979. Adicionalmente, o número de telefone associado à conta para recuperação de senha é o mesmo apreendido pela Polícia Federal.
Delação Judiciária
Cid prestou depoimento à Polícia Federal em 24 de junho no inquérito que investiga a suposta obstrução de investigação.
A apuração ocorreu em decorrência de uma reportagem da Veja que sugere que Cid pode ter utilizado o perfil @gabrielar702 para se comunicar durante o período em que estaria sujeito a restrições impostas por seu acordo de delação premiada.
Os diálogos ocorreram de janeiro a março de 2024 – cinco meses após a delação. Na conversa, Cid relatava pressões, criticava investigadores e afirmava que Moraes já tinha uma sentença definida. O sigilo nas comunicações era uma das exigências impostas pelo Supremo Tribunal Federal.
O advogado Eduardo Kuntz, que representa o coronel Marcelo Câmara, informou ao STF que foi ele quem conversou com Cid e apresentou mensagens como comprovação.
Em depoimentos prestados ao STF, ele negou o uso de contas alternativas. As trocas de mensagens divulgadas pela revista, no entanto, indicariam que o tenente-coronel mentiu em depoimento à Corte.
Fonte por: Poder 360