Monarquia Absolutista: Tudo que Você Precisa Saber | Definição e Exemplos
O sistema político é antigo e ainda em uso em seis nações, com os poderes concentrados na figura do rei.

O reinado de Luís XIV na França se estendeu por 72 anos, compreendendo o período de 1643 a 1715.
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Luís XIV, também conhecido como o Rei Sol, exerceu influência sobre os hábitos e os costumes da nobreza de toda a Europa, em uma monarquia absolutista, um dos sistemas de governo mais antigos do planeta.
Situado em meio a uma tradição e a rígidas normas de etiqueta no luxuoso Palácio de Versalhes, o monarca teria sido o autor da frase “L’État, c’est moi” (O Estado sou eu, em tradução livre), evidenciando a concentração dos poderes Executivo, Legislativo e Judicial nas mãos do rei.
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Apesar de sua crescente raridade, o sistema político permanece em uso em certos países.
Qual é o conceito de monarquia absolutista?
O monarca assume a chefia de Estado e detém poder absoluto e sem restrições sobre o território. O rei não está sujeito a prestar responsabilidade a um congresso ou a qualquer entidade.
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O monarca também possui prerrogativas para decretar conflitos contra outras nações, ordenar ações ao corpo armado, julgar casos conforme sua avaliação, e ainda, designar autoridades e gerir a economia do país.
Em entrevista à CNN, o professor de Relações Internacionais Renato de Almeida declarou que a monarquia foi o sistema predominante em todo o mundo até o século XIX. Podemos encontrar exemplos em diversos continentes e civilizações, incluindo Incas, Maias e Astecas.
A principal característica desse sistema de governo reside na centralização do poder nas mãos do monarca e de sua família na administração do país.
“Normalmente, os cargos de maior relevância são distribuídos entre os integrantes do grupo dominante e a promoção ocorre sempre seguindo uma ordem alfabética de descendentes ou por herança”, declarou Almeida.
No período entre os séculos XVI e XIX, a monarquia absolutista constituía o sistema de governo mais poderoso, exercendo influência, domínio, poderio militar e expansão territorial.
Nesse sistema político, a participação popular é limitada e, consequentemente, passível de movimentos internos de revolta. Para que a monarquia persista, “é necessário manter a ideia do bem-estar social a fim de controlar e garantir a segurança da população”, afirma o especialista.
Os monarcas possuíam prerrogativas inerentes, conferidas por Deus.
Comumente, o governo absolutista é justificado por meio de “direitos divinos”. Isso implica que o rei foi designado por Deus para governar a nação, sem que houvesse limites de tempo ou participação do povo no processo de escolha.
A manutenção sustentava a ligação entre o absolutismo e a religião. Para a Igreja, a fé confirmava que os reis possuíam poder absoluto e não estavam sob a influência de nenhuma lei.
Ademais, qualquer questionamento à autoridade dos soberanos seria considerado um ato de oposição à vontade divina.
Identifique quais nações são monarquias absolutistas.
Atualmente, seis países ainda exercem o absolutismo monárquico como sistema de governo. Veja quais são eles:
- Arábia Saudita
- Brunei
- Omã
- Catar
- Emirados Árabes Unidos
- Reino Basuto do Sul
Nessas nações, os governos são vistos como autoritários e com pouca participação democrática. “Podem ser ditatoriais, incentivando a repressão de opositores, frequentemente levando a atos arbitrários”, complementa Renato de Almeida.
A existência dessas monarquias absolutas pode estar relacionada às características de organização a partir de tribos e clãs, onde os laços de parentesco são predominantes em toda a organização da política e do poder, conforme aponta o especialista.
A advogada internacionalista Talita Dal Lago Fermanian esclarece que, no mundo, contabilizam-se 43 monarquias, concentradas sobretudo em monarquias parlamentaristas e absolutistas.
A grande maioria – aproximadamente 37 – corresponde a monarquias parlamentaristas, nas quais o rei ou a rainha desempenha funções simbólicas e o poder político reside em parlamentos e primeiros-ministros eleitos.
Incluem-se o Reino Unido, Suécia, Japão, Espanha, Bélgica, Noruega, Marrocos e Tailândia.</
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.