Ministros apresentam votos em formatos de slides, improviso e revisão teórica
Ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus são julgados pela Primeira Turma do STF em relação ao plano de golpe.

Os ministros da Primeira Turma do STF aplicaram abordagens distintas na análise do voto durante o julgamento do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Ministros utilizaram, até o momento, recursos de slides para maior visualização, objetividade e espontaneidade, bem como apresentações com base teórica extensa de quase 14 horas.
Na avaliação de casos de grande importância, a maneira como os ministros apresentam seus votos é relevante, considerando a grande quantidade de pessoas que acompanham a sessão e não estão familiarizadas com a linguagem jurídica.
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O ministro relator Alexandre de Moraes se manifestou inicialmente na terça-feira (9) em sessão que iniciou por volta das 9h e se prolongou até as 15h, totalizando aproximadamente cinco horas.
O ministro definiu seu posicionamento, julgando culpados por condenar Bolsonaro e os demais sete réus do “núcleo 1” da trama golpista. Para isso, utilizou slides em uma apresentação visual e mais clara, listando 13 ações que compuseram o plano golpista.
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Contudo, ao contrário do voto para a aceitação da denúncia, em 26 de março deste ano, Moraes não apresentou imagens de vídeo dos atos de invasão e destruição das sedes dos Três Poderes, que ocorreram em 8 de janeiro de 2023.
Na julgamento, o ministro rejeitou todas as questões preliminares levantadas pelas defesas e confirmou a validade da delação de Mauro Cid. O relator votou pela condenação dos oito réus pelos crimes indicados pela PGR.
O ministro Flávio Dino demorou aproximadamente uma hora para emitir seu voto. Recém-nomeado para a Corte, o ministro apresentou um tom mais espontâneo e sem leitura explícita do texto do voto.
Dino, ao final do julgamento, julgou a denúncia da PGR procedente e condenou todos os réus. Contudo, avaliou que Alexandre Ramagem, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira deveriam receber penas mais brandas, devido à menor envolvimento no esquema golpista.
O terceiro voto ocorreu nesta quarta-feira (10), com um marco histórico: um dos votos mais longos proferidos no STF. O ministro Luiz Fux permaneceu votando por quase 14 horas, incluindo um intervalo de uma hora para o almoço e duas pausas de aproximadamente 10 minutos durante a manhã e a tarde.
O ministro realizou uma extensa análise de jurisprudência e fundamentos teóricos para examinar as preliminares e julgar o mérito das acusações apresentadas pela Procuradoria-Geral da República.
Ao concluir seu voto, Fux apenas julgou culpado o tenente-coronel Mauro Cid e o general Braga Netto pelo crime de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Os demais seis réus, entre eles Bolsonaro, receberam votos de absolvição.
Na quinta-feira (11), a sessão na Primeira Turma está prevista para começar às 14h com o voto da ministra Cármen Lúcia. Em seguida, o ministro Cristiano Zanin, presidente do colegiado, concluirá a análise das preliminares e mérito.
Quem são os acusados?
- Jair Bolsonaro, antigo chefe do executivo federal;
- Alexandre Ramagem, deputado federal e antigo diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
- Almir Garnier, antigo comandante da Marinha;
- Anderson Torres, antigo ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
- Mauro Cid, antigo ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, concorreu à vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022.
Quais acusações Bolsonaro enfrentou judicialmente?
O julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) envolveu acusações relacionadas ao envolvimento na tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, incluindo a participação em atos antidemocráticos e a incitação à violência.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.