Ministro da Educação afirma que a inteligência artificial será utilizada para corrigir provas do Enem em breve

O ministro da Educação, Camilo Santana, acredita que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em breve será corrigido por inteligência artificial (IA). Em entrevista à Rádio Eldorado nesta quarta-feira, 4, ele afirmou que “não há mais retorno” com relação às novas tecnologias. “Eu não tenho dúvida que a tecnologia vai trabalhar isso com a maior certeza. Daqui a pouco nós vamos conseguir corrigir a prova, vamos conseguir fazer tudo com inteligência artificial”, disse, ao ser questionado sobre a possibilidade da correção do maior exame do País.

As inscrições para o Enem encerram nesta sexta-feira, 6. As provas ocorrerão nos dias 9 e 16 de novembro. Para aqueles que não possuem isenção, a inscrição tem o valor de R$ 85,00. Alunos do 3º ano do ensino médio da rede pública estão automaticamente pré-inscritos, necessitando apenas validar a inscrição no site do MEC. A prova também voltará a valer como certificação para quem ainda não concluiu o ensino médio.

As 180 questões de múltipla escolha já foram corrigidas por meio de uma tecnologia que lê o cartão resposta com o gabarito, mas as redações são avaliadas por professores avaliadores. Eles analisam os textos digitalizados com base em critérios como domínio da escrita, argumentação e compreensão da proposta. As notas variam de zero a mil.

Em dezembro passado, o governo de São Paulo anunciou que uma parte das atividades dos estudantes das escolas estaduais seria avaliada por meio de inteligência artificial, em um projeto experimental. A Secretaria da Educação informou que o sistema de auxílio à correção por inteligência artificial compara a resposta do aluno com a solução ideal, produzida por um grupo de professores, e indica se a questão foi respondida corretamente.

A correção por IA será utilizada em questões dissertativas, respondidas em um aplicativo da secretaria da educação. A gestão atual teve implementado nas escolas estaduais aulas e lições por meio de ferramentas tecnológicas. Em 2023, o secretário Renato Feder anunciou que não mais usaria livros didáticos impressos, mas voltou atrás após repercussão negativa.

Camilo afirma que o Ministério da Educação lançará, neste ano, um aplicativo que emprega inteligência artificial para auxiliar os estudantes nos estudos para o Enem. A ferramenta responderá dúvidas, corrigirá erros e permitirá que o aluno faça perguntas. Ele ressalta a necessidade de utilizar essas ferramentas com cautela, assegurando que a inteligência artificial esteja voltada para a formação cidadã.

Ademais, o MEC está debatendo com o Conselho Nacional de Educação (CNE) novas orientações curriculares que incorporem a IA. “Desejamos que cada aluno e cada estudante tenham acesso a computadores e internet nas escolas, e às plataformas digitais, pois este é o mundo atual e não haverá mais retorno em relação a isso”.

Novas alterações nas normas de ensino remoto.

Camilo declarou que permanece aberto a alterações em relação às novas normas para o ensino à distância no ensino superior, após a publicação do decreto presidencial no mês passado. O Ministério tem recebido críticas de entidades em relação à autorização de alguns cursos da área da Saúde, como Farmácia, Medicina Veterinária e Fonoaudiologia, para oferecerem parte do currículo remotamente, enquanto outros, como Medicina, Psicologia, Enfermagem e Odontologia, exigem ser totalmente presenciais.

Claro que existem notas técnicas que evidenciam os fundamentos dessas decisões. Há também a tradição desses cursos, que não é mais à distância. Assim, foram mantidos. Mas recebo demandas das entidades de classe, e precisamos dar um foco para garantir uma boa formação”, afirmou o ministro.

Fonte por: Tribuna do Norte