Ministro Zanin Vota a Favor da Denúncia Contra Eduardo Tagliaferro
O ministro Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal), seguiu a posição do relator, ministro Alexandre de Moraes, e votou a favor da denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria Geral da República), tornando Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes, réu por vazamento de informações sigilosas.
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Com o voto de Zanin, o placar ficou em 2 a 0.
Como o caso está sob análise da 1ª Turma do tribunal, é necessário apenas mais um voto para alcançar a maioria. As manifestações de Cármen Lúcia e Flávio Dino ainda são aguardadas, com prazo até meia-noite de sexta-feira (14) para que seus votos sejam registrados no plenário virtual.
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Acusações Contra Tagliaferro
O magistrado Zanin acompanhou integralmente o relator, que aceitou a acusação da PGR contra Tagliaferro por quatro crimes: violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação relacionada a organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O ministro afirmou que Tagliaferro contribuiu para uma “campanha de deslegitimação das instituições” ao vazar mensagens e dados sigilosos, criando um “ambiente de intimidação institucional”.
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Quem é Eduardo Tagliaferro
Eduardo Tagliaferro atuava como assessor-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação. Ele é acusado de vazar para a imprensa diálogos sobre assuntos sigilosos mantidos com servidores do gabinete de Moraes, tanto no STF quanto no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
As mensagens indicam que o ministro solicitou à Corte Eleitoral a investigação de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em fevereiro, Tagliaferro foi investigado pela PF (Polícia Federal) por violar o sigilo funcional, causando danos à administração pública.
Desdobramentos e Denúncia da PGR
Com base em arquivos obtidos no celular do ex-assessor, a PF concluiu que o vazamento foi intencional. Quatro meses depois, em julho, Tagliaferro se mudou para a Itália, de onde afirmou que revelaria bastidores do gabinete de Moraes.
Em agosto, a PGR apresentou uma denúncia contra ele. Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, Tagliaferro se uniu às condutas de uma organização criminosa investigada nos inquéritos relacionados a uma trama golpista, fake news e milícias digitais.
O procurador também destacou que os diálogos foram revelados para atender a “interesses ilícitos” da organização, que atuava na disseminação de notícias falsas sobre o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas, além de tentar um golpe de Estado e a abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Tagliaferro se encontra na Itália desde outubro, após um pedido de extradição feito por Moraes.
