O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, manifestou que está analisando a participação na conferência internacional da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), previstas para setembro, em Nova York, nos Estados Unidos.
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A declaração foi feita quando a esposa e a filha de 10 anos do ministro tiveram os vistos de entrada nos Estados Unidos cancelados pelo governo norte-americano, em 15 de agosto. O visto do ministro não é passível de cancelamento, pois está vencido desde 2024.
Ainda não tenho definida se irei comparecer à Assembleia Geral da ONU ou à Assembleia Geral da Opas, devido a compromissos locais no Brasil.
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“Enfrentamos dificuldades para deixar Brasília devido aos trâmites no Congresso Nacional e à implementação do [programa]. Ainda não tenho a decisão final sobre se poderei ou não participar”, explicou.
Em um café da manhã com jornalistas, o ministro citou uma afirmação do escritor nordestino Ariano Suassuna (1927-2024), que demonstra surpresa.
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Acha que o mundo se divide entre quem foi à Disney e quem quer ir para Disney, complementou, adicionando de forma irônica: “Eu não tenho intenção nenhuma de ir para Disney”.
Mais médicos
Duas dias antes da revogação dos vistos de familiares do ministro da Saúde, o Departamento de Estado dos Estados Unidos cancelou os vistos de funcionários do governo brasileiro envolvidos na implementação do programa Mais Médicos, instituído em 2013 durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
O programa do governo federal, neste terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se chama Mais Médicos para o Brasil.
Padilha reiterou que “isso não ia abalar em nada a nossa defesa do programa Mais Médicos e a ação do Ministério da Saúde em defender a saúde. Vamos continuar trabalhando pelo programa Mais Médicos”.
A política pública para o atendimento de usuários do SUS direciona médicos a regiões prioritárias, remotas, de difícil acesso e com alto índice de vulnerabilidade, onde há escassez ou ausência de profissionais de saúde.
Acordo internacional
O ministro da Saúde afirmou que, em viagens aos Estados Unidos, contaria com o apoio de um acordo internacional que garante que o país sediado nos escritórios da ONU não impeça o acesso de representantes participantes a eventos da organização multilateral.
Se eu tiver a decisão de ir, tenho o acordo de sede. Para sediar um organismo da ONU, e a OPAS faz parte do sistema ONU, é preciso cumprir as regras do acordo de sede. Uma delas é garantir o acesso das autoridades que estão convidadas e que participam das atividades. Mas eu não tenho decisão ainda, se vou estar presente ou não, por conta das questões internas.
Ato de desonra
O ministro da Saúde afirmou que a família possuía os documentos necessários para visitar parentes no país: o irmão de Padilha, a neta da mesma idade da filha, e a esposa do ministro. Eles residem nos Estados Unidos e são cidadãos norte-americanos.
Padilha reiterou o caráter de covardia a anulação dos vistos de sua esposa e filha, mas acredita que a questão familiar já foi resolvida.
“Nós vamos nos encontrar em outros lugares. Já superamos essa ação, esse ato de covardia. Vamos tocando a vida”, declarou.
Fonte por: CNN Brasil