Ministra Cármen Lúcia critica resistência à ascensão feminina no STF e cobra políticas transformadoras. Magistrada destaca a necessidade de pluralidade e diversidade no Judiciário
A Ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou a importância das ações afirmativas para a abertura de “pequenos espaços” para as mulheres no Judiciário, mas ressaltou a necessidade de políticas mais transformadoras no país.
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Ela observa uma resistência estrutural em relação à presença feminina em cargos de liderança e defende que o Brasil enfrenta um desafio social que vai além de questões institucionais. Cármen Lúcia enfatiza a urgência em sensibilizar a sociedade sobre a importância da pluralidade e da diversidade, mencionando a existência de mulheres competentes e comprometidas com o Direito democrático, demonstrando notável saber jurídico.
A Ministra Cármen Lúcia é atualmente a única mulher no Supremo Tribunal Federal. Ao longo de sua atuação, ela tem consistentemente abordado desigualdades de gênero e de cor de pele em sessões plenárias, confrontando colegas sobre diferenças de tratamento às magistradas.
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Em um caso recente, durante o julgamento envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o Ministro Flávio Dino (PT) solicitou um aparte enquanto a Ministra apresentava seu voto, e ela respondeu, com veemência, que mulheres foram silenciadas por “2.000 anos” e que precisam ter o direito de expressar suas opiniões.
Ao longo da história do STF, apenas três mulheres foram nomeadas como ministras, sendo elas Ellen Gracie (nomeada em 2000), Cármen Lúcia (nomeada em 2006) e Rosa Weber (nomeada em 2011). A busca por uma maior representatividade feminina tem sido um tema recorrente, especialmente com a indicação de novos ministros.
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem demonstrado um compromisso com a diversidade, buscando indicar a primeira mulher negra desde o início de seu terceiro mandato, com a nomeação de Ricardo Lewandowski. Em novembro de 2023, o Presidente indicou para a vaga de Rosa Weber, mas nenhuma mulher estava entre os nomes cotados para a substituição.
A lista de indicações incluía nomes como os do ministro do TCU, do senador e do ministro da CGU.
Autor(a):
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.