Mineração de Asteroides: TransAstra Inova com Capture Bag e Busca Revolução Espacial até 2028
A TransAstra, da Califórnia, lidera a corrida pela mineração de asteroides, desenvolvendo o Capture Bag para capturar riquezas espaciais e limpar detritos
Mineração de Asteroides: Uma Nova Fronteira
Os asteroides são ricos em metais preciosos e comuns. Apesar dos desafios evidentes para alcançá-los, algumas startups acreditam que esses corpos celestes podem ser uma alternativa sustentável à mineração terrestre, que enfrenta problemas como escassez de recursos e impactos ambientais.
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A corrida para explorar essa riqueza já começou.
Entre as empresas que estão se dedicando a essa tarefa está a TransAstra, localizada na Califórnia. A companhia desenvolveu e testou um dispositivo chamado Capture Bag, uma bolsa inflável disponível em diferentes tamanhos, projetada para capturar desde pequenas rochas até grandes pedregulhos.
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A TransAstra também sugere que a bolsa pode ser utilizada para limpar detritos espaciais, uma preocupação crescente para governos e cientistas.
Desafios da Mineração Espacial
Joel Sercel, engenheiro aeroespacial e fundador da TransAstra, destacou que a mineração de asteroides apresenta riscos e desafios significativos. Para abordar essa questão, é necessário resolver quatro problemas principais: detectar, capturar, mover e processar os asteroides.
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Um sistema eficaz deve ser capaz de identificar a rocha espacial, capturá-la, transportá-la para um local seguro e processá-la para extrair os minerais.
Sercel mencionou que a TransAstra possui tecnologia em todas essas áreas e já conta com cerca de 21 patentes, com uma nova sendo registrada a cada mês. Recentemente, a empresa realizou um teste preliminar do Capture Bag na Estação Espacial Internacional, sem captura real, e agora se prepara para desenvolver uma versão maior e mais funcional do dispositivo.
Localização e Projeções Futuras
A TransAstra está focando sua busca em asteroides que orbitam o sol em trajetórias semelhantes às da Terra. Sercel afirmou que esses asteroides passam lentamente a apenas alguns bilhões de quilômetros de distância. A empresa planeja buscar o primeiro asteroide em 2028, o que poderia impulsionar uma revolução industrial no espaço.
Até agora, a TransAstra levantou cerca de US$ 12 milhões em capital de risco e aproximadamente US$ 15 milhões em contratos e subsídios, incluindo colaborações com a Nasa e a Força Espacial dos EUA. Coletar amostras de asteroides é uma tarefa complexa e cara, com apenas três missões bem-sucedidas até hoje, realizadas por agências governamentais dos EUA e do Japão.
Desenvolvimento do Capture Bag
A TransAstra já instalou cerca de uma dúzia de telescópios em locais como Arizona, Califórnia e Austrália, formando uma rede para identificar asteroides adequados para mineração. Um quarto local está planejado na Espanha. Os telescópios, chamados de Sutter, fazem referência ao local onde o ouro foi descoberto na Califórnia, que deu início à corrida do ouro.
Após identificar um asteroide, a TransAstra usará o Capture Bag, feito de materiais aeroespaciais como kevlar e alumínio. O saco é à prova de vazamentos e pode ser montado em um veículo que o liberará próximo ao alvo. A empresa planeja desenvolver um modelo de 10 metros, capaz de capturar asteroides de até 10.000 toneladas.
Perspectivas e Desafios
Sercel acredita que a mineração de asteroides permitirá que a humanidade processe materiais necessários para hardware espacial diretamente no espaço, sem a necessidade de trazer esses recursos de volta à Terra. Tanto a remoção de lixo espacial quanto a captura de asteroides estão atraindo investimentos significativos.
A startup Astroforge, por exemplo, lançou a sonda Odin para avaliar um asteroide para mineração, embora tenha perdido contato após o lançamento. Testes de captura de lixo espacial têm sido realizados com sucesso, mas ainda não há soluções em larga escala implementadas.
Inovação e Futuro da Mineração Espacial
Segundo Sercel, a bolsa de captura é uma solução econômica e robusta, capaz de agarrar objetos de diferentes formas. Ele acredita que a versatilidade do dispositivo é um diferencial importante para a captura de asteroides e gerenciamento de detritos espaciais.
Especialistas, como Eleonora Botta e John Crassidis, destacam a inovação da abordagem da TransAstra e a importância de encontrar asteroides viáveis para a viabilidade econômica do projeto.
O futuro da mineração de asteroides é promissor, mas ainda apresenta desafios significativos. A expectativa é que, se a TransAstra conseguir avançar com suas tecnologias e planos, poderá abrir novas oportunidades para a exploração espacial.
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.












