Milhares de fiéis comemoram a canonização do primeiro santo millennial no Vaticano

O adolescente italiano Carlo Acutis, apelidado de “influenciador de Deus”, faleceu aos 15 anos.

07/09/2025 10:58

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Milhares de fiéis comemoram a canonização do primeiro santo millennial no Vaticano
(Imagem de reprodução da internet).

Milhares de pessoas participaram, neste domingo 7, no Vaticano, da celebração da canonização do primeiro santo da geração millennial, o italiano Carlo Acutis, um adolescente popularmente chamado de “influenciador de Deus”, que faleceu aos 15 anos.

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Na missa solene, iniciada às 10h locais na Praça São Pedro, o Papa Leão XIV proclamou oficialmente o santo Acutis, o “ciberapóstolo”, tendo dedicado grande parte de sua vida à divulgação da fé católica na internet.

Durante a cerimônia, o Papa também canonizou outro italiano, o jovem Pier Giorgio Frassati (1901-1925), que se dedicou ao alpinismo, sendo reconhecido por seu engajamento social e espiritual.

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De acordo com o Papa, ambos oferecem “um convite a todos, sobretudo aos jovens, para não desperdiçar a vida, mas direcioná-la para o alto e transformá-la em uma obra-prima”.

Sob um sol brilhante e com um robusto plano de segurança, aproximadamente 80.000 pessoas, de acordo com o Vaticano, incluindo grande número de jovens, se congregaram na praça. Diversos carregavam bandeiras de seus países ou imagens de Acutis.

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“Estou satisfeito em observar tantos jovens”, declarou o Papa Leão XIV, poucos minutos antes do início da cerimônia.

A canonização de Acutis, que faleceu de leucemia em 2006, estava prevista para 27 de abril, porém foi postergada em razão da morte do Papa Francisco.

Acutis possuía grande habilidade em informática e desenvolveu uma exposição digital acerca dos milagres eucarísticos.

Filippo Bellaviti, de 17 anos, natural de Vignate, perto de Milão, afirmou: “Carlo Acutis foi um exemplo para mim, porque soube combinar sua vida cotidiana – a escola, o futebol e sua paixão pela informática – com uma fé inabalável”.

Criado em Londres em 1991, numa família italiana rica e com pouca prática religiosa, Acutis passou a crescer em Milão e demonstrou desde a infância um intenso sentimento religioso.

Em 2020, foi beatificado, e o Vaticano reconhece dois milagres que o habilitam à canonização: a recuperação de um menino brasileiro com uma doença rara no pâncreas e a de uma estudante costarriquenha que sofreu um grave acidente.

Em Assis, local onde o túmulo de Acutis recebe anualmente centenas de milhares de peregrinos e visitantes, a diocese instalou telões para acompanhar a cerimônia.

Minha mãe, Antonia Salzano, declarou: “Eu sei que muitos virão, muitos assistirão pela televisão (…). E tenho certeza de que Carlo agradece a todos”.

Com aproximadamente um milhão de visitantes em 2024, a diocese observa o crescimento contínuo da presença no Santuário do Despojamento, onde o corpo do adolescente de face rechonchuda e cabelos escuros permanece em jeans, tênis Nike e roupas esportivas.

O processo é bastante rápido.

A canonização, que sucede à beatificação, é o resultado de um processo extenso e cuidadoso e somente pode ser aprovada pelo Papa.

Exige-se três requisitos: ter falecido há pelo menos cinco anos, possuir uma vida cristã exemplar e ter concretizado pelo menos dois milagres, um deles após a beatificação.

A decisão está sob análise por meio de um “processo”, uma investigação realizada no Vaticano pelo Dicastério das Causas dos Santos, na qual especialistas como médicos e teólogos se dedicam a verificar se ocorreram milagres, que costumam ser curas sem explicação científica.

O processo de canonização do jovem Carlo Acutis foi bastante rápido, algo incomum. Já Pier Giorgio Frassati, também canonizado neste domingo, faleceu há 100 anos.

Valerio Frassati nasceu em Turim, em uma família burguesa, e se opôs ao caminho de seu pai, senador e fundador do jornal La Stampa, dedicando-se ao atendimento dos necessitados e doentes de sua cidade.

Faleceu aos 24 anos por conta da poliomielite, sendo elevado pela Igreja Católica como exemplo de caridade.

Após mais de 30 anos de sua beatificação por João Paulo II em 1990, o Vaticano reconheceu um segundo milagre no final de 2024: a cura inexplicável de um jovem americano em estado de coma.

A canonização, a primeira do Papa Leão XIV desde sua eleção em maio, aconteceu no plenário, durante o Jubileu, o “Ano Santo” da Igreja Católica, que já atraiu Roma mais de 24 milhões de pessoas, de acordo com o Vaticano.

Fonte por: Carta Capital

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.