“De castigo”, “visita temida” e “graves acusações”: veja como mídia global reagiu à decisão das autoridades brasileiras
As medidas cautelares determinadas nesta sexta-feira (18) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro tiveram rápida repercussão em grande parte da mídia internacional. A ampla cobertura inclui análises sobre a solidez do sistema judiciário brasileiro, relações com a tarifa mencionada por Donald Trump e as consequências políticas da decisão.
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A cobertura jornalística entre os vizinhos latino-americanos inclui as ações implementadas e as respostas de Bolsonaro e seus apoiadores. O jornal mexicano El Universal apresentou um relato detalhado sobre as medidas emergenciais e também a reação do ex-presidente.
Bolsonaro afirmou que essa nova situação se refere às ações por justiça que seu filho e deputado Eduardo Bolsonaro realiza nos Estados Unidos, onde está desde março. Eduardo Bolsonaro se vangloria de ter influenciado a decisão do presidente Donald Trump de aplicar tarifas de 50% ao Brasil a partir de 1º de agosto próximo.
O Clarín argentino também noticiou a ação da Polícia Federal e a determinação de que Bolsonaro cumpra prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, sem sair de casa à noite e nos fins de semana, além de proibido de usar as redes sociais.
As buscas se iniciaram no âmbito de uma investigação aberta no STF, dois dias após o anúncio de um aumento de tarifas de 50% por parte dos Estados Unidos a produtos brasileiros como retaliação pelo julgamento de Bolsonaro, aliado de Trump.
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Em Peru, o jornal La República foca no risco de o ex-presidente deixar o Brasil. “Jair Bolsonaro deverá usar tornozeleira eletrônica frente ao risco de fuga”, diz o veículo. O periódico detalhou que o Supremo Tribunal Federal (STF) teve acesso a evidências que indicavam que Bolsonaro planejava fugir do país e buscar asilo político nos Estados Unidos.
O jornal chileno El Mostrador apontou que a acusação do Ministério Público contra Bolsonaro envolve cinco crimes, entre eles a tentativa de golpe de Estado e a abolição violenta do Estado democrático de direito, podendo resultar em “40 anos de prisão”. O veículo também noticiou que Eduardo Bolsonaro estaria nos EUA influenciando políticos a “pedir ao governo de Trump que aplicasse sanções aos juízes responsáveis pelo processo”.
A repercussão no Sul Global se estendeu à Ásia e ao Oriente Médio. O jornal indiano Livemint publicou a manchete “Bolsonaro de castigo! Suprema Corte do Brasil ordena que ex-presidente use tornozeleira eletrônica e proíba contato com o filho” e também citou as recentes tentativas de interferência de Donald Trump.
Em carta aberta a Bolsonaro, Trump descreveu o líder populista de direita como vítima de “tratamento terrível” e reiterou o pedido para que o julgamento sobre seu suposto papel em uma tentativa fracassada de golpe para reverter a eleição de 2022 termine imediatamente.
A Al Jazeera, principal rede de televisão e agência de notícias do Oriente Médio, informou que as autoridades brasileiras indicaram uma possibilidade “concreta” de fuga. A emissora destacou a gravidade das acusações contra Jair Bolsonaro e também mencionou a influência das ações do líder estadunidense nos desdobramentos no Brasil.
O tribunal superior também apontou que a polícia brasileira acusou Bolsonaro de colaborar com seu filho, Eduardo, um parlamentar brasileiro que atuou como lobista em Washington, DC, buscando influenciar o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, para que este impusesse sanções ao Brasil.
A mídia europeia e americana também abordou amplamente o caso. A agência de notícias Reuters evidenciou a relação entre as ações e a pressão externa, informando que o STF determinou a emissão de mandados de busca e apreensão e medidas restritivas contra Bolsonaro por supostamente “cultivar a interferência do presidente dos EUA, Donald Trump”.
Ademais, o veículo mencionou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que declarou que as tarifas divulgadas pelo presidente americano visam provocar uma séria crise econômica no Brasil com o objetivo de interferir no sistema judiciário do país.
O jornal espanhol El País destacou que Bolsonaro “acordou com a visita mais temida, a da Polícia Federal”. O periódico também noticiou que Bolsonaro não poderá ter contato com seu filho Eduardo, descrito pelo veículo espanhol como o “artífice de toda a estratégia de pressão via Trump”.
Na Grã-Bretanha, a BBC anunciou que o ex-presidente será submetido a vigilância contínua e deverá respeitar um recolher noturno.
o acusado agiu sistematicamente, ao longo de seu mandato e após sua derrota nas urnas, para incitar a insurreição e a desestabilização do Estado democrático de direito”, diz parte do documento de Gonet.
O New York Times destacou que a determinação para Bolsonaro usar o monitor eletrônico representa um acentuado aumento da improvável rivalidade entre as autoridades brasileiras e o presidente Trump em relação ao caso envolvendo o político.
A CNN apontou que a polícia brasileira acusa Bolsonaro e seu filho, Eduardo, de conspirar com o governo dos EUA para aplicar sanções a autoridades brasileiras.
Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.