Microcápsulas em formato de flor podem transformar o tratamento do câncer, diz UNC

Pesquisadores da UNC (Universidade da Carolina do Norte) desenvolvem projeto inovador que marca um avanço significativo para o futuro da nanotecnologia.

21/10/2025 15:18

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Avanço na Nanotecnologia Pode Revolucionar Tratamento do Câncer

Pesquisadores da UNC (Universidade da Carolina do Norte) em Chapel Hill, nos Estados Unidos, anunciaram um progresso que pode mudar o futuro da nanotecnologia, que envolve a manipulação da matéria em escala atômica e molecular, especialmente no tratamento do câncer.

A equipe criou robôs microscópicos em forma de “flores”, compostos por cristais híbridos de DNA e materiais inorgânicos. Esses robôs têm a capacidade de mudar de forma e reagir a estímulos em segundos.

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Detalhes do Estudo

O estudo, publicado em 20 de novembro na revista Nature Nanotechnology, apresenta essas estruturas como “programas de computador biológicos”. Elas resultam em cápsulas inteligentes que podem liberar medicamentos e outras inovações com grande potencial transformador.

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Segundo a pesquisa, o segredo da tecnologia está em seu design inteligente. O DNA atua não apenas como uma molécula de informação, mas também como um software molecular que antecipa a defesa do corpo contra riscos à saúde.

Funcionamento das Cápsulas Inteligentes

A “flor” pode se dobrar e desdobrar instantaneamente em resposta a mudanças no ambiente, como variações no nível de acidez (pH). Ronit Freeman, autora do estudo e diretora do Laboratório Freeman na UNC, afirma que “as pessoas adorariam ter cápsulas inteligentes que ativassem automaticamente a medicação ao detectar uma doença”.

A inspiração para o projeto veio da observação de fenômenos naturais, como o desdobramento das flores e o movimento dos corais, buscando traduzir a adaptabilidade da natureza em tecnologia. Freeman destaca que o objetivo é criar materiais que possam pensar, se mover e se adaptar autonomamente.

Aplicações Futuras

O potencial de aplicação é amplo, conforme os resultados preliminares dos cientistas. No setor da saúde, os nanorrobôs poderiam ser injetados e navegar até um tumor. A acidez do ambiente cancerígeno faria com que as estruturas se fechassem, liberando uma dose precisa de medicamento ou coletando uma microamostra para biópsia.

As inovações da UNC permitem imaginar um futuro em que essas estruturas possam administrar medicamentos, realizar biópsias ou limpar coágulos sanguíneos. Além da medicina, a tecnologia pode ser aplicada na despoluição de águas, liberando agentes de limpeza que se dissolvem de forma inofensiva após a ação.

Devido à alta capacidade de memória do DNA, essa tecnologia também poderia ser utilizada no armazenamento de dados digitais, com potencial para guardar até dois trilhões de gigabytes de informação.

A pesquisa da UNC é vista como um marco na convergência entre sistemas vivos e máquinas, com a promessa de transformar a ciência em um futuro próximo.

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.