Micro e pequenas empresas enfrentam crise: nove de cada dez lidam com problemas financeiros mal estruturados

A análise indica que a má administração ameaça a continuidade de empresas de pequeno porte; a utilização de tecnologia pode solucionar o problema.

22/07/2025 9:07

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Micro e pequenas empresas enfrentam crise: nove de cada dez lidam com problemas financeiros mal estruturados
(Imagem de reprodução da internet).

A ausência de planejamento financeiro coloca em risco a grande parte das pequenas e médias empresas no Brasil. Uma pesquisa do Instituto Locomotiva indica que 90% dos gestores desses negócios apontam para problemas financeiros. O resultado evidencia uma questão constante de administração que afeta diretamente a viabilidade dessas empresas.

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Essas empresas são responsáveis por grande parte da geração de empregos no país, porém operam sob risco constante. A falta de planejamento estruturado e de controle sobre receitas e despesas as torna mais vulneráveis a oscilações do mercado.

Improvisação continua sendo a principal característica da rotina.

Segundo Luan Stocco, CTO e cofundador da vhsys, inúmeras Pequenas e Médias Empresas ainda administram suas finanças de maneira improvisada. “A grande maioria dessas empresas opera com uma gestão frágil, frequentemente baseada no improviso. A carência de controle sobre o fluxo de caixa e a ausência de planejamento financeiro, conjugados, tornam essas empresas vulneráveis a qualquer instabilidade do mercado”, afirma.

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O aumento das taxas de juros e o crédito mais elevado tornam os erros de gestão mais custosos. A empresa mal organizada enfrenta dificuldades para lidar com fornecedores, manter os salários e planejar investimentos. Frequentemente, isso resulta em dívidas e, em seguida, na falência.

Segundo informações do Sebrae, 29% das pequenas e médias empresas encerram suas atividades antes dos cinco anos de existência, com a má gestão financeira sendo uma das principais razões.

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A tecnologia facilita a administração.

Apesar das dificuldades, a situação não é definitiva. Ferramentas tecnológicas auxiliam na profissionalização da gestão de negócios, inclusive em empresas com orçamentos restritos.

Atualmente, empresários dispõem de softwares de gestão integrada, aplicativos de controle financeiro, painéis com indicadores em tempo real e plataformas que automatizam processos contábeis. Essas soluções possibilitam monitorar o desempenho da empresa com exatidão e decidir com base em informações concretas.

Orçamento e fluxo de caixa são pontos-chave.

Estabelecer um orçamento é o primeiro passo para gerir as finanças. Essa prática possibilita identificar as entradas e saídas de dinheiro, tanto as regulares quanto as ocasionais, e construir uma reserva para períodos de baixa comercial. Assim, a empresa obtém segurança e diminui o risco de imprevistos mensais.

O monitoramento diário do fluxo de caixa também se torna essencial. Conhecer precisamente as entradas e saídas possibilita medidas preventivas, como modificar despesas antes que se tornem pendências.

Gestão estratégica, não burocrática.

Para Luan Stocco, o principal erro reside na visão equivocada que muitos empresários possuem sobre a gestão. Além do emprego dessas ferramentas, é necessário que o empresário compreenda que gestão não é uma tarefa burocrática, mas sim estratégica. Não se trata apenas de “fazer contas”, mas de analisar o negócio com clareza, identificar os pontos de gargalo, determinar quais produtos ou serviços são mais lucrativos e como tomar decisões com base em dados, e não em suposições.

Fonte por: Carta Capital

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.