Michelle Bolsonaro faz relato sobre o que ela considera como “censura prévia” após a emoção de Bolsonaro em culto
Ex-presidente chorou por horas após Moraes determinar o uso de tornozeleira e a proibição de contato com aliados durante pregação em igreja de Taguatinga.

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) demonstrou emoção em um culto evangélico ocorrido nesta quinta-feira (24), em Taguatinga, região administrativa do Distrito Federal. A celebração religiosa se deu após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manter as medidas cautelares impostas ao ex-presidente, sem determinar sua prisão preventiva.
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Durante a pregação da pastora Ezenete Rodrigues, Bolsonaro foi tomado por lágrimas. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também participou do culto e discursou para os presentes. Em tom de desabafo, ela afirmou: “Você que está vivendo uma censura prévia e está tendo seu direito de liberdade de expressão violado, quero dizer que Deus está no controle de todas as coisas (…). O inimigo tem tentado destruir a nossa nação.”
Desde a última semana, Bolsonaro encontra-se sob o regime de monitoramento eletrônico. Ele está proibido de deixar sua residência entre 19h e 6h, com restrições totais aos finais de semana, e não pode se comunicar com seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nem com outros réus no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.
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Moraes emite alerta, porém não determina prisão.
Na quinta-feira, Alexandre de Moraes respondeu à defesa de Bolsonaro e manteve as restrições anteriormente determinadas. O ministro ressaltou que ocorreu um descumprimento isolado das medidas, considerando que o ex-presidente exibiu a tornozeleira a jornalistas e criticou o equipamento na Câmara dos Deputados, na segunda-feira (21).
Moraes esclareceu que, embora haja infração isolada, a prisão preventiva não se justifica no momento, mas alertou para possíveis consequências em caso de reincidência: “A formalização da medida cautelar imposta deixou claro que não será admitida a utilização de subterfúgios para a manutenção da prática de atividades criminosas, com a instrumentalização de entrevistas ou discursos públicos como ‘material pré-fabricado’ para posterior postagens nas redes sociais de terceiros previamente coordenados.”
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Moraes também declarou que Bolsonaro não está impedido de conceder entrevistas ou realizar discursos públicos, contanto que observe os horários da determinação e não utilize redes sociais – próprias ou de terceiros – para propagar conteúdo. O descumprimento mais grave, segundo Moraes, foi a utilização das redes sociais de Eduardo Bolsonaro para divulgar mensagens de apoio ao ex-presidente, o que contrariava diretamente as condições estabelecidas pelo STF.
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Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.