México realiza primeira eleição judicial em meio a preocupações com reforma
A votação determinará a eleição de 2.600 juízes e magistrados, abrangendo todos os ministros da Suprema Corte.

Os mexicanos votarão neste domingo (1°) nas primeiras eleições judiciais do país, como parte de uma reforma do Judiciário que, segundo críticos, pode ameaçar o Estado de Direito.
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A votação elegerá 2.600 juízes e magistrados, abrangendo todos os ministros da Suprema Corte, em uma reforma promovida pelo ex-presidente Andrés Manuel López Obrador e sua sucessora, a presidente Claudia Sheinbaum.
Lopez Obrador e Sheinbaum declaram que a eleição eliminará a corrupção em um Judiciário falho, dominado por uma elite desinformada, e possibilitará que as pessoas decidam quem deve ser juiz.
A campanha eleitoral foi marcada por um escândalo que envolveu diversos candidatos, incluindo um traficante de drogas já condenado e um ex-advogado de Joaquín “El Chapo” Guzmán.
Críticos argumentam que a reforma pode eliminar os mecanismos de controle do partido Morena, no poder, ao indicar juízes alinhados com sua posição e também possibilitar que grupos criminosos exerçam maior influência sobre o sistema judiciário, indicando seus próprios candidatos.
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O México se une à Bolívia como os únicos países do mundo a realizar eleições judiciais em nível nacional, embora eleições judiciais estaduais sejam comuns nos Estados Unidos e alguns magistrados locais suíços também sejam eleitos.
Além dos nove ministros da Suprema Corte, os eleitores também votam em juízes e magistrados de 19 das 32 divisões administrativas do México. Mais de 7.700 candidatos estão concorrendo a cargos.
Estudos apontam para uma participação limitada, em parte por causa dos esforços da oposição para boicotar a votação, e também em razão da complexidade do processo e do elevado número de candidatos a serem avaliados.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.