Meteorito de Marte maior pode ser vendido por 21 milhões de reais
Pedra muito rara de 24,5 quilos será leiloada em julho.

Um meteorito, o maior fragmento de Marte já descoberto na Terra, deve ser vendido por até US$ 4 milhões (aproximadamente R$ 21,8 milhões) em um leilão programado para este mês.
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O meteorito, identificado como NWA 16788, possui um peso de 24,5 quilos, um tamanho notável quando comparado à maioria dos fragmentos marcianos, que costumam ser pequenos, conforme divulgado pela casa de leilões Sotheby’s em comunicado nesta terça-feira (1).
Meteoritos são fragmentos de cometas, asteroides ou meteoroides que conseguem resistir à passagem pela atmosfera terrestre.
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Localizado em novembro de 2023 na remota região de Agadez, no Níger, o NWA 16788 é um “exemplo monumental” com aproximadamente 70% maior do que o segundo maior fragmento de Marte já descoberto na Terra, de acordo com a Sotheby’s.
Ele também é extremamente raro: apenas cerca de 400 meteoritos marcianos foram encontrados em nosso planeta até hoje.
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A NWA 16788 representa uma descoberta de importância extraordinária – o maior meteorito marciano já encontrado na Terra e o mais valioso do seu tipo já oferecido em leilão, afirmou Cassandra Hatton, vice-presidente de ciência e história natural da Sotheby’s.
A sua trajetória pelo espaço e tempo, seu tamanho considerável e sua cor avermelhada marcante o distinguem como uma descoberta singular em sua época. Este meteorito notável proporciona uma ligação direta com o planeta vermelho – nosso vizinho celeste que há muito tempo cativa a imaginação humana, concluiu.
A análise da composição interna do fragmento sugere que ele foi lançado da superfície de Marte após o impacto de um asteroide de grande poder, o qual transformou parte do material em vidro.
A Sotheby’s relata que uma crosta vítrea também pode ser observada em sua superfície, originada durante a passagem pela atmosfera terrestre. O meteorito será leiloado na sede da casa em Nova York, no dia 16 de julho.
O fato de o meteorito estar sendo vendido em vez de doado é motivo de preocupação para alguns.
Seria lamentável se ele fosse parar em um cofre de um oligarca. Ele pertence a um museu, onde poderá ser estudado e apreciado por crianças, famílias e pelo público em geral, afirmou à CNN o paleontólogo Steve Brusatte, professor da Universidade de Edimburgo, na Escócia.
Para Julia Cartwright, cientista planetária e pesquisadora do Instituto de Espaço da Universidade de Leicester, na Inglaterra, é fundamental o equilíbrio.
“Caso não houvesse um mercado para buscar, coletar e vender meteoritos, não teríamos nem perto da quantidade de amostras que possuímos em nossas coleções — e isso é o que impulsiona a ciência!”, declarou à CNN nesta quarta-feira (2), descrevendo uma “relação simbiótica” entre pesquisadores e colecionadores.
“Se as amostras não fossem encontradas, não teríamos quase nada para estudar e, consequentemente, não saberíamos o tanto que sabemos hoje”, acrescentou Cartwright.
Apesar de acreditar que a rocha, considerada fabulosa, deveria ser estudada ou divulgada, Cartwright destacou que uma amostra de referência do meteorito já foi preservada no Observatório da Montanha Roxa, na China.
Apesar de ainda não se conhecer o destino do meteorito após o leilão, Cartwright acredita que “o interesse científico permanecerá, e o novo proprietário poderá estar muito interessado em aprender com ele, então talvez ainda possamos obter muitos dados científicos com isso”, declarou.
Em fevereiro de 2021, um meteorito de origem marciana, com vestígios da atmosfera do planeta, foi arrematado pela Christie’s. O valor alcançado foi de 200 mil dólares (aproximadamente R$ 1 milhão), significativamente superior à estimativa pré-leilão, que variava entre 30 e 50 mil dólares (equivalente a R$ 163,5 mil e R$ 272,5 mil).
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ana Carolina Braga
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.