Meta deve apresentar novos óculos inteligentes com inteligência artificial
Inteligência artificial avançada tem o potencial de transformar a maneira como interagimos visualmente.
O diretor executivo da Meta, Mark Zuckerberg, proferiu uma declaração audaciosa na videoconferência de resultados da empresa de mídia social, em julho.
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Ele afirmou aos analistas que indivíduos sem óculos inteligentes poderão apresentar uma desvantagem cognitiva considerável em relação a quem utiliza a tecnologia.
Essa perspectiva para o futuro da empresa poderá se concretizar nesta semana, na conferência Meta Connect, onde a empresa tecnológica divulga seus próximos passos e lança novos produtos.
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A Meta divulgará um novo modelo de óculos inteligentes com inteligência artificial, destinado a substituir os óculos Ray-Ban, que se mostraram populares e capazes de analisar o ambiente do usuário e responder a perguntas sobre o que está presente.
Os óculos inteligentes representam um acerto da Meta em suas apostas precoces em tecnologias disruptivas.
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A empresa deixou escapar a oportunidade de entrar no mercado de smartphones no início dos anos 2000. Em 2021, buscou redirecionar sua marca em torno do metaverso, sem sucesso em transformar a internet como Zuckerberg previa.
A Meta parece estar conquistando maior aceitação entre os consumidores; a empresa controladora da Ray-Ban, EssilorLuxottica, declarou em julho que a receita dos óculos Meta aumentou mais que três vezes em relação ao ano anterior. Estudos de mercado apontam que a Meta é, sem dúvida, a marca principal no segmento de óculos inteligentes.
Óculos inteligentes ainda não se tornarão tão populares quanto smartphones.
Os óculos inteligentes dificilmente ganharão ampla popularidade tão rapidamente quanto os smartphones. No entanto, eles podem possibilitar que a Meta alcance consumidores de forma direta, diminuindo a necessidade de utilização de smartphones.
Isso pode ser fundamental à medida que a Meta busca desenvolver uma “superinteligência pessoal”, um termo amplo empregado por Zuckerberg para designar uma IA que “nos compreenda em profundidade, reconheça nossos objetivos e nos auxilie em sua consecução”.
A crescente pressão ocorre com gigantes da tecnologia, como Samsung, Google e a antiga rival social Meta, Snap, se preparando para lançar novos óculos inteligentes.
A Amazon também está desenvolvendo novos óculos com realidade aumentada, uma tecnologia que sobrepõe gráficos computacionais ao ambiente real, afirmou o The Information.
A Meta aposta nos óculos com IA.
Meta e Ray-Ban apresentaram, em 2021, um modelo de óculos chamado Ray-Ban Stories, desenvolvido principalmente para registrar imagens e vídeos sem a necessidade de utilizar as mãos. Contudo, a Meta não foi a primeira empresa a investigar o emprego de óculos para atividades como fotografar, realizar ligações e escutar música, sem precisar pegar o celular.
Snap, Amazon e diversas outras empresas já lançaram óculos inteligentes para essa finalidade. O Google foi pioneiro em 2013 com o Google Glass, porém o aparelho não obteve sucesso entre os consumidores devido ao elevado custo, design pouco atraente, funcionalidades restritas e autonomia de bateria limitada.
Empresas de tecnologia consideram que este novo tipo de óculos será distinto. As tecnologias exigidas para sustentá-los – incluindo processadores, baterias e câmeras – conseguem ser incorporadas em designs menores, mais leves e a custos significativamente inferiores aos do Google Glass.
Os progressos em inteligência artificial têm sido o principal impulsionador desses novos óculos inteligentes. Assistentes virtuais capazes de responder prontamente a perguntas relacionadas ao ambiente do usuário tornaram os óculos muito mais úteis.
Com os óculos da Meta, por exemplo, o usuário pode examinar uma pimenta e questionar sobre sua picância, ou ler uma placa e solicitar à assistente de IA da Meta que a traduza para outro idioma.
A Meta estaria em desenvolvimento de novos óculos inteligentes que incorporam uma tela para exibir aplicativos e notificações, juntamente com um dispositivo vestível para controle por gestos.
A Meta deverá apresentar esses óculos na conferência Connect, que, de acordo com a empresa, abordará as mais recentes inovações em óculos com IA, entre outros assuntos. Em 2023, a empresa revelou um protótipo dos óculos de realidade aumentada Orion.
A Meta não se manifestou em relação aos rumores sobre a possível apresentação de novos óculos durante o evento da semana corrente.
As limitações dos óculos Meta atuais
Os óculos Meta Ray-Ban atuais não apresentam informações nas lentes, fazendo com que os usuários confiem no feedback sonoro ou no aplicativo de telefone da Meta. Isso pode colocá-los em desvantagem em relação a óculos futuros, como os do Google, que possuem uma tela para exibir informações além de fornecer respostas verbais.
“Isto será outro desafio”, afirmou Guillaume Chansin, analista da empresa de pesquisa de mercado Counterpoint Research. “Se você quer substituir um smartphone, será que realmente consegue sem algum tipo de feedback visual?”
Qual o interesse da Meta nos óculos inteligentes.
O crescimento da IA gerou uma disputa na indústria tecnológica para aproveitar essa tecnologia, visto que as empresas temem ser consideradas desatualizadas na próxima grande inovação.
“Todos estão buscando o que sucede ao smartphone”, declarou Chansin.
O sucesso dos AirPods da Apple e de outros fones de ouvido sem fio pode reforçar o argumento a favor dos óculos inteligentes. Apesar das diferenças, os dispositivos compartilham algumas funções, como realizar chamadas e interagir com assistentes digitais sem precisar retirar o celular do bolso.
“Se considerarmos o futuro, os óculos inteligentes podem se tornar os AirPods do amanhã”, afirmou Melissa Otto, diretora de pesquisa da S&P Global Visible Alpha.
A Meta se depara com um desafio considerável. Apesar do crescimento projetado para o mercado de óculos inteligentes (a ABI Research prevê 13 milhões de unidades enviadas em 2026, em comparação com 3,3 milhões em 2024), o produto ainda é de nicho. Há um grande volume de smartphones enviados mensalmente, e não há sinais claros de que os óculos inteligentes serão amplamente aceitos.
A Reality Labs, unidade da Meta, registrou uma perda operacional de 4,5 bilhões de dólares no segundo trimestre fiscal de 2025. Os aplicativos da Meta arrecadaram 583 milhões de dólares em receita.
O que é essencial para a Meta.
Apesar dos óculos inteligentes não representarem atualmente uma fonte significativa de receita, eles podem pavimentar o caminho para um futuro em que a Meta dependa menos de empresas como Apple e Google na distribuição de seus aplicativos.
A Meta e a Apple já tiveram divergências em relação a políticas da App Store da Apple, e Zuckerberg tem criticado a posição de domínio da Apple na loja de aplicativos.
O Facebook, em 2022, afirmou que a App Store da Apple é a única onde uma empresa tem controle sobre quais aplicativos são permitidos em um dispositivo.
A venda de óculos poderia permitir que a Meta exercesse maior controle sobre a forma como as pessoas realizam videochamadas e utilizam redes sociais, caso esses se tornem o principal meio para essas atividades.
“Eu utilizo Facebook, Instagram, Reels, Threads pelo meu iPhone”, afirmou Otto. “Não faço isso pelo laptop. Não faço pelos óculos inteligentes. Faço pelo iPhone.”
A Meta desenvolve pulseira para controlar computadores por meio de gestos.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.












