Messias critica Lava Jato por “criminalizar política”; veja tese de doutorado de 328 páginas

Ministro é o principal candidato à vaga no STF; confira a íntegra das 328 páginas do doutorado. Acesse no Poder360.

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Críticas de Jorge Messias à Lava Jato em Tese de Doutorado

O ministro da Advocacia Geral da União (AGU), Jorge Messias, expressou críticas à operação Lava Jato em sua tese de doutorado. De acordo com Messias, a atuação da operação foi “superficial e irresponsável”, resultando na “criminalização da política e da ação estatal”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na pesquisa, o ministro também aborda as gestões dos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro, descrevendo o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff como um “golpe”. Além disso, analisa o papel do Supremo Tribunal Federal (STF) no debate público ao longo dos anos. Messias é cotado para a vaga na Suprema Corte após a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso.

Trechos sobre o presidente Lula

Em sua tese, Messias destaca a política externa de Lula, que, em contraste com o governo anterior, priorizou a questão ambiental. Ele menciona a realização da Cúpula da Amazônia em agosto de 2023 e a participação do presidente nas COPs 27 e 28, além da organização da COP30 em Belém, em 2025.

LEIA TAMBÉM!

O ministro também aponta que a equipe de transição do governo Lula fez um diagnóstico abrangente sobre as políticas desde 2016, especialmente sob o governo Bolsonaro. O relatório concluiu que a estratégia adotada prejudicou o desenvolvimento e erodiu as políticas sociais e ambientais.

Messias observa que, desde os anos 1990, havia um número significativo de eleitores contrários ao PT. Com a Lava Jato e a ascensão do bolsonarismo, essa oposição se organizou, tornando o terceiro mandato de Lula mais desafiador devido à oposição radicalizada desde o início de 2023.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Trechos sobre a Lava Jato

O ministro menciona que a Lava Jato, de forma superficial, contribuiu para a criminalização da política e da ação estatal. Ele argumenta que a crise política teve raízes em fatores como a instabilidade provocada pela operação e a crise econômica a partir de 2015.

Messias ressalta que, em um momento de contestação aos investimentos públicos, a Lava Jato buscou associar qualquer intervenção estatal a ações de uma organização criminosa.

Trechos sobre Bolsonaro

Na análise sobre Bolsonaro, Messias destaca que líderes populistas, como Trump e Bolsonaro, se tornaram conhecidos por suas aparições na televisão, mas a mobilização de suas bases ocorreu principalmente pela internet.

Ele também menciona que o governo Bolsonaro promoveu uma nova fase de redução de direitos, incluindo a reforma da previdência e a flexibilização de normas de segurança do trabalho. O bolsonarismo, segundo Messias, nega riscos relacionados ao aquecimento global e outras questões sociais e econômicas.

Trechos sobre o STF

Messias observa que, entre 2012 e 2018, críticas à atuação do STF e do judiciário surgiram da esquerda, que alegava partidarização em detrimento dos interesses do PT e dos movimentos sociais. A prisão de Lula e a negação de sua candidatura em 2018 reforçaram essas críticas.

O STF, segundo o ministro, conseguiu conter abusos da Lava Jato e reverter decisões injustas, além de enfrentar ameaças golpistas que se intensificaram com a presidência de Bolsonaro.

A tese de Jorge Messias foi defendida em 2024, visando a obtenção do título de doutor em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional pela Universidade de Brasília (UnB).

Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.

Sair da versão mobile