Mercosul expressa descontentamento com novas salvaguardas da União Europeia, mas adota “silêncio estratégico” para preservar acordo de livre comércio.
Os países do Mercosul expressam forte descontentamento em relação às novas salvaguardas implementadas pela União Europeia para seus produtos agrícolas. No entanto, o bloco, que inclui Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, decidiu aceitar esse mecanismo como uma forma de preservar o acordo de livre comércio entre as duas regiões.
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De acordo com informações obtidas pela CNN, o Mercosul adotará uma postura de “silêncio estratégico” sobre o assunto. Essa abordagem visa evitar reações mais intensas que poderiam resultar em uma escalada de acusações entre a UE e o Mercosul.
Altos funcionários do governo brasileiro acreditam que uma reação pública às salvaguardas seria “morder a isca” lançada por países como a França, que se opõem ao acordo de livre comércio. Brasília considera que fazer reclamações agora, às vésperas da assinatura do tratado, não seria prudente.
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As novas salvaguardas, que retiram preferências tarifárias para produtos agrícolas do Mercosul em caso de aumento das exportações para a UE acima de 5% ou queda de pelo menos 5% nos preços internos, foram mal recebidas pelos países sul-americanos.
Apesar disso, o Mercosul ainda vê o acordo como positivo.
O governo brasileiro também observa que o tratado inclui capítulos sobre resolução de controvérsias e compensações comerciais em caso de aplicação das salvaguardas. Assim, a estratégia atual é firmar o acordo e aguardar situações concretas em que o mecanismo seja utilizado, sem descartar a possibilidade de uma resposta, como a suspensão das tarifas reduzidas para produtos europeus.
No próximo sábado, em Foz do Iguaçu (PR), o Brasil contará com a presença dos presidentes Javier Milei (Argentina), Yamandú Orsi (Uruguai) e Santiago Peña (Paraguai) na cúpula do Mercosul, onde o tratado com a UE deve ser assinado. A expectativa é que também compareçam a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e o comissário de Comércio, Maros Sefcovic.
Para que o tratado seja efetivamente assinado, é necessária a aprovação do Conselho Europeu, que é composto pelos chefes de governo dos 27 países-membros da UE. A aprovação requer o apoio de pelo menos 55% dos membros (15 países), desde que representem 65% da população total da União Europeia.
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Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.