Acordo Mercosul-EFTA: Uma Alternativa em Tempos de Tarifas

O recente acordo entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), assinado no Rio de Janeiro em 16 de março, representa uma oportunidade para o Brasil diversificar seus parceiros comerciais, especialmente em um cenário marcado por barreiras e sanções impostas pelos Estados Unidos.

Potencial Limitado, Mas Importância Simbólica

Inicialmente, as trocas comerciais com os países da EFTA (Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein) são modestas, representando menos de 1% das exportações brasileiras e apenas 1,5% de todo o comércio exterior do Brasil. No entanto, o acordo traz consigo mais de 700 oportunidades de exportação, conforme apontam estimativas da CNI. O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, ressalta que o acordo é importante por demonstrar a capacidade do Mercosul de estabelecer parcerias com economias desenvolvidas, mais do que por seu impacto imediato nas vendas.

Desafios e Perspectivas

Apesar do potencial, o Brasil enfrenta desafios significativos para acessar novos mercados. Gargalos como infraestrutura precária, alta carga tributária, juros elevados e o custo da mão de obra qualificada continuam sendo obstáculos. A indústria de máquinas e equipamentos, um dos setores mais afetados pelo tarifaço americano, vê no acordo com a EFTA uma oportunidade de sinalizar a busca por novos mercados, dada a escassez de acordos comerciais do Brasil em comparação com o México.

Impacto e Reivindicações

A indústria de máquinas e equipamentos, representada pela Abimaq, espera que os acordos comerciais prevejam a redução gradual de impostos de importação, com zeramento apenas em dez anos, para alcançar a competitividade com a reforma tributária. A diretora-executiva de mercado externo da Abimaq, Patrícia Gomes, destaca a importância do acordo com a EFTA para o Brasil, considerando a limitada quantidade de acordos comerciais que o país possui.

O ex-secretário de Comércio Exterior Welber Barral enfatiza que o acordo com a EFTA é, em grande parte, uma cópia do tratado com a União Europeia, e que seu avanço é um argumento para a conclusão do acordo Mercosul-UE.

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