Mercado de ações recua com tarifas de Trump; estratégia de Musk impacta a Tesla
O presidente dos EUA anunciou novas tarifas, o CEO da Tesla declarou a criação de um novo partido.

Os principais índices da Wall Street encerraram em forte queda na segunda-feira (7), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar tarifas elevadas contra o Japão, a Coreia do Sul e outros parceiros comerciais, e enquanto as ações da Tesla caíram acentuadamente após o CEO Elon Musk anunciar a criação de um novo partido político nos EUA.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O aumento dos índices provocou maiores perdas após Trump anunciar tarifas sobre as importações japonesas e sul-coreanas, que começaram a vigorar em 1º de agosto. As ações se intensificaram ainda mais no final da tarde, quando ele comunicou alíquotas mais elevadas sobre outros países.
Na semana passada, o Nasdaq e o S&P 500 finalizaram três sessões consecutivas com máximas históricas. Os recentes recordes se registraram na quinta-feira (3), em decorrência de um relatório positivo sobre o mercado de trabalho.
Leia também:

Bolsas asiáticas avançam após Trump prorrogar o tempo para negociações de acordos comerciais

Operações de busca e salvamento seguem em Texas após quatro dias de inundações

Simulado Enem 2025: Objetivo com inscrições abertas
“Os mercados estavam nos indicando que o pico do risco tarifário já havia passado, mas ter as tarifas de volta é causando certa apreensão”, declarou Emily Roland, coestrategista-chefe de investimentos da Manulife John Hancock Investments em Boston.
Os investidores estavam se afastando daquele período de volatilidade nos mercados.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Provavelmente, os investidores mantêm alguma esperança de que os anúncios não sejam permanentes, afirmou ela: “Este é o padrão que temos seguido, anunciando tarifas punitivas e depois reduzindo um pouco o ritmo. Essa certamente pode ser a próxima fase dessa negociação de idas e vindas”.
O índice Dow Jones Industrial Average registrou queda de 422,17 pontos, ou 0,94%, fechando em 44.406,36. O S&P 500 teve variação negativa de 49,37 pontos, representando 0,79%, e fechou em 6.229,98. O Nasdaq Composite apresentou queda de 188,59 pontos, correspondente a 0,91%, com valor de 20.412,52.
O índice S&P 500 sofreu sua maior queda devido às ações da fabricante de veículos elétricos Tesla, que caíram 6,8%, após o CEO Musk anunciar a criação de um novo partido político denominado “Partido América”, o que acentuou sua disputa com Trump.
A Tesla registrou a maior queda diária desde 5 de junho e o nível de fechamento mais baixo desde aquela sessão.
Os investidores esperavam por mais anúncios comerciais dos EUA após Trump declarar, no domingo (6), que os EUA estavam próximos de concluir diversos acordos e notificariam outros países sobre tarifas elevadas até 9 de julho, com novas taxas entrando em vigor em 1º de agosto.
Na segunda-feira, Trump ameaçou impor uma tarifa de 10% aos países que aderissem às políticas antiamericanas do grupo Brics.
No início de abril, os índices de ações exibiram alta volatilidade após Trump anunciar uma tarifa básica de 10% na maioria dos países e taxas adicionais de até 50%, em 2 de abril, e posteriormente, decretou uma pausa de 90 dias.
Em abril, o Nasdaq confirmou uma desvalorização, representando uma queda de 20% em relação ao seu pico anterior, ao mesmo tempo em que o S&P 500 evitou uma queda similar. Ambos os índices alcançaram novos recordes no final de junho.
Na segunda-feira, nove dos 11 setores do S&P 500 apresentaram desvalorização. Os maiores declínios foram observados nos setores de consumo discricionário, com variação de 1,25%, e energia, com queda de 1,04%.
As únicas variações positivas ocorreram nos setores defensivos, como serviços públicos, que subiram 0,17%, e bens de consumo básicos, com alta de 0,11%.
As ações da WNS Holdings aumentaram 14,3% após a Capgemini, empresa francesa de serviços de TI, anunciar a compra da empresa de terceirização por US$ 3,3 bilhões em dinheiro.
As políticas tarifárias de Trump intensificaram as preocupações com a inflação, dificultando ainda mais o caminho do Federal Reserve por taxas menores. A ata da reunião de junho do Fed, com divulgação prevista para quarta-feira (9), deverá fornecer mais informações sobre as perspectivas da política monetária.
Os operadores apostam em uma probabilidade de cerca de 95% de que as taxas permaneçam inalteradas em julho, e as chances de um corte em setembro estão próximas de 60%, conforme a ferramenta FedWatch do CME Group.
O interesse de investidores também se concentra nos planos de corte de impostos e gastos dos EUA, aprovados por Trump na última semana. Prevê-se que eles elevem o déficit nacional em mais de 3 trilhões de dólares na próxima década.
Na semana passada, foram negociadas 16,5 bilhões de ações, em contraste com a média de 18,18 bilhões de ações nos últimos 20 pregões.
As ordens de venda ultrapassaram as ordens de compra em uma razão de 3,44 para 1 na Nyse, com 209 novos picos e 32 novos vales.
Na Nasdaq, 1.226 ações subiram e 3.354 caíram, com as ações em queda superando as ações em alta em uma proporção de 2,74 para 1. O S&P 500 registrou 25 novas máximas em 52 semanas e 3 novas mínimas, enquanto o Nasdaq Composite registrou 103 novas máximas e 54 novas mínimas.
Traduzido por João Nakamura, da CNN, em São Paulo
As taxas “mútuas” de Trump não são o que aparentam; compreenda.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.