Medidas tributárias excepcionais diminuem o impacto sobre o Produto Interno Bruto e asseguram a continuidade da atividade industrial

A sobretaxa em produtos nacionais está programada para 6 de agosto; contudo, itens como aço, suco de laranja e aeronaves estão isentos da taxa de 50%.

02/08/2025 3:03

2 min de leitura

Medidas tributárias excepcionais diminuem o impacto sobre o Produto Interno Bruto e asseguram a continuidade da atividade industrial
(Imagem de reprodução da internet).

O tarifário dos Estados Unidos contra o Brasil ainda não é uma página virada. As exceções anunciadas pelo presidente Donald Trump na quarta-feira (30) aliviaram a barreira para parte dos exportadores brasileiros, mas ainda existem incertezas que vão além da macroeconomia.

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Inicialmente, com a previsão de que os Estados Unidos taxassem os produtos brasileiros em 50%, as projeções para as perdas no PIB brasileiro oscilavam em torno de 0,3 ponto percentual.

Atualmente, as projeções indicam otimismo, situando-se em 0,15 ponto, conforme aponta a XP em seu relatório mensal Raio-XP. O Banco Daycoval apresenta uma estimativa um pouco superior, de 0,13 ponto; contudo, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) projeta uma queda de 0,2 ponto.

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Ademais, considerando as exceções implementadas por Trump, os analistas de economia da XP constataram que a alíquota efetiva sobre o Brasil – a média das taxas que são realmente aplicadas sobre nossos produtos – diminuiu para aproximadamente 30%.

Antecipava-se que o efeito seria modesto no geral. Contudo, as exceções trouxeram alívio, evitando a perda de quase 700 produtos, que representam cerca de metade das exportações, o que é significativo.

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A incidência da taxa adicional sobre produtos brasileiros está prevista para começar na próxima quarta-feira (6). No entanto, itens como aço, suco de laranja, aeronaves e suas partes, e até castanhas brasileiras, estarão isentos dos 40 pontos adicionais de tarifa, mantendo uma alíquota base de 10%.

As projeções apontam que cerca de 40,5% das remessas do Brasil para os Estados Unidos apresentaram valores de cobrança reduzidos.

Ainda haverá muitos impactos, porém, para os segmentos que avançam em 10%, isso não é algo que comprometa o negócio”, afirma Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

O café e a carne, itens relevantes na pauta de exportação brasileira para os Estados Unidos, não foram isentos de restrições.

A determinação do destino desses produtos é uma das incertezas que ainda persistem. No entanto, em relação a esses alimentos, a Vale considera a viabilidade de seu direcionamento para o consumo interno, o que, “inicialmente, contribui para o controle da inflação no Brasil”.

A razão é evidente: o aumento da disponibilidade de produtos impede que os preços se mantenham tão altos.

Cruz aponta manga, açaí e pescados como possíveis causas para a interrupção das remessas para os Estados Unidos.

O especialista da RB destaca que o efeito é mais localizado do que em âmbito nacional, com certas áreas habituadas à exportação para os Estados Unidos sendo diretamente impactadas.

Os analistas ainda vislEgem alguma esperança para os produtores de carne e café. Os pecuaristas deverão conseguir comercializar seus produtos internamente, enquanto os cafeicultores podem permanecer totalmente isentos.

O secretário do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, admitiu que a Casa Branca pode revisar a questão e isentar de alíquotas produtos que não conseguem se desenvolver no solo americano, mencionando especificamente o grão, que é amplamente consumido nos EUA.

Para aqueles que não possuem habilidades específicas, destaca-se a Vale, sendo a indústria. O Brasil possui um volume de negócios com os Estados Unidos, pauta que tende a enfrentar maiores dificuldades na busca por substituições.

O agronegócio pode desviar para a China, porém a indústria sofre intensamente com a saída, sendo mais difícil levar para outros locais e sem possibilidade dessa indústria escoar para o Brasil. A tendência é de diminuição de produção no primeiro momento, afirma o economista.

Contudo, isso ressalta que ainda há muito a ser apurado e acompanhado nos próximos meses.

Após a revisão tarifária, o índice de sentimento da XP diminuiu de levemente otimista (76 pontos, em uma escala que vai até 100) para neutro (37), aproximando-se de um patamar pessimista.

Apesar do impacto direto das tarifas ser restrito, ainda existem efeitos mais abrangentes que podem surgir através de movimentos de investidores e do canal político.

Os analistas da instituição financeira destacaram que as taxas impactaram o mercado em julho, período em que o Ibovespa registrou uma desvalorização de 4%, observando uma mudança na Bolsa, com setores cíclicos domésticos sendo substituídos por setores de commodities, devido à busca dos investidores por proteção contra taxas de juros elevadas e um real desvalorizado.

Tânia Gofredo, economista-chefe da GEP Brasil, compara o cenário atual ao pós-pandemia, apontando para a “volatilidade mais acentuada e frequentemente imprevisível” do período. No entanto, avalia que “com as medidas do tarifário, essa característica se intensifica ainda mais”.

Assim, o planejamento deve concentrar-se em “janelas de oportunidade” para negociar em períodos de menor volatilidade, os estoques devem ser estratégicos e o acompanhamento dos cenários deve ser realizado em intervalos de tempo mais curtos para reduzir riscos e aproveitar oportunidades.

Apesar da volatilidade no curto período, a XP acredita que as perspectivas de médio e longo prazo para as ações brasileiras permanecem interessantes, ressaltando que o Brasil se beneficiou de uma movimentação global de capital fora dos Estados Unidos em face do aumento das tensões comerciais.

Apesar do aumento nas tarifasas ter afastado alguns investidores, o dólar mais fraco contribuiu para sustentar o fluxo de capital no país, com R$ 25,2 bilhões em entradas líquidas de capital estrangeiro em ações, de acordo com a casa de investimentos.

Ademais, o posicionamento do Brasil como uma potência em commodities – com destaque global de liderança em alimentos (soja, carne bovina, aves, café) e energia (minério de ferro, petróleo) – garante segurança alimentar e energética, sustenta superávits comerciais, atrai entradas de moeda e assegura investimentos de longo prazo em infraestrutura e logística, conforme conclui o relatório.

Com informações do Estadão Conteúdo.

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Fonte por: CNN Brasil

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