Médicos do maior hospital infantil da Argentina manifestam-se contra os salários
Médicos e enfermeiros de um hospital público realizaram um protesto de 24 horas e se juntaram a uma caminhada em oposição à redução de financiamento pro…

Médicos, enfermeiros, profissionais de saúde e sindicalistas manifestaram-se nas ruas de Buenos Aires na quinta-feira (17), exigindo salários mais justos e investimentos para o Hospital Garrahan, instituição pública de saúde pediátrica de alta complexidade que é referência no país.
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Em uma manifestação que iniciou no Congresso argentino, em direção à Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, o palácio presidencial argentino, trabalhadores protestaram contra o que consideram um “ataque” e “esvaziamento” do hospital, devido ao corte de bolsas, residências e vagas, e à ausência de atualização salarial dos profissionais de saúde.
A manifestação se dá em razão de um movimento de 24 horas promovido pelos funcionários do hospital em busca de condições de trabalho mais adequadas e em oposição ao declínio da instituição. Médicos relatam que buscam, há meses, dialogar com o governo, porém não houve progressos significativos nesse processo.
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Os manifestantes alegam que uma parcela dos salários, sobretudo nas áreas técnicas e administrativas, se encontra abaixo da linha da pobreza e que aproximadamente 200 trabalhadores optaram por deixar seus empregos.
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Através da intervenção institucional e do corte financeiro disfarçado de austeridade, o governo ataca o hospital, esgotando seus profissionais, negligenciando sua infraestrutura e criando condições insustentáveis para seus trabalhadores, conforme declarado por profissionais em um manifesto na Praça de Maio.
Na marcha também estavam presentes jovens que já foram pacientes do hospital e seus familiares, manifestando gratidão aos profissionais.
Após o protesto, o ministro da Saúde de Javier Milei, Mario Lugones, declarou na rede social X que ocorreu uma reestruturação do Garrahan para eliminar a má administração e que o problema do hospital nunca foi apenas de recursos, mas sim de gestão e eficiência.
Aumentaram o orçamento, removeram benefícios e corrigiram falhas, escreveu. Segundo ele, desde o início da atual administração, houve um aumento de 274% no orçamento do hospital.
A Fundação Soberania Sanitária, contudo, alega que o governo realiza uma “maquiagem” nos dados.
A última atualização orçamentária reflete um aumento de apenas 9,8%. Isso significa que, em termos reais, e considerando a inflação acumulada de 117% em 2024, a perda orçamentária do hospital é de 49,59%.
A instituição informou que o hospital iniciou o ano de 2024 com um orçamento de 49 bilhões de pesos, valor que foi ajustado ao longo do ano, totalizando 169 bilhões.
A comparação do orçamento de 2024 com a atualização de 2025 indica um suposto “aumento” de 240%, mas isso não reflete nenhum aumento real, e sim uma correção técnica de um orçamento subestimado desde o início.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.