Marisco avançando na orla do Rio pode reduzir áreas de praia

Pesquisa da UFRJ aponta para perdas e diversos impactos das mudanças climáticas até o ano de 2100.

06/07/2025 13:53

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Marisco avançando na orla do Rio pode reduzir áreas de praia
(Imagem de reprodução da internet).

As praias mais importantes do Rio de Janeiro já sofrem com o avanço do mar e a erosão. Copacabana, por exemplo, perdeu aproximadamente 10% de sua área de areia nos últimos 10 anos.

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Essa informação faz parte de um estudo do Coppe, instituto de pesquisa da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que investigou o impacto do aumento do nível do mar em áreas do Rio e de Niterói. A pesquisa se baseou na tese de doutorado da pesquisadora Raquel Santos, com a coordenação do oceanógrafo Luiz Paulo de Freitas Assad.

Com base nas simulações, o mar poderá avançar mais de 100 metros até o final do século, o que pode converter inundações esporádicas em permanentes. Mesmo que a área total de inundação não mude significativamente, o período em que essas regiões ficam alagadas tende a aumentar.

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O estudo aponta que praias como Copacabana, Leme, Ipanema, Leblon, Botafogo e Flamengo podem perder uma parcela considerável de sua área de praia. Adicionalmente, a superfície refletora de lagoas, incluindo a Lagoa Rodrigo de Freitas e a Lagoa de Piratininga, pode expandir-se, e as formações de sedimentos circundantes às ilhas da Baía de Guanabara apresentam risco de menor exposição.

As previsões indicam que o nível médio do mar pode aumentar 0,78 metro até 2100, com uma elevação anual de 7,5 milímetros na costa do Rio. Essa progressão também considera o aumento da intensidade de ressacas, que intensificam a erosão. Em casos de marés altas, o mar pode avançar ainda mais, até 60 metros além do previsto.

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A ocupação urbana ao longo da costa das praias do Rio não permite o recuo natural, elevando o risco de perda permanente da faixa de areia. A área é considerada uma das mais vulneráveis, em razão da alta concentração populacional e da limitada capacidade de adaptação.

O estudo ressalta a relevância de considerar os impactos das mudanças climáticas no planejamento do uso do solo e da zona costeira, e defende que medidas preventivas sejam priorizadas, com ênfase nas áreas mais vulneráveis. A metodologia empregada pode auxiliar na formulação de políticas públicas e também em setores como a indústria de petróleo, que necessita da estabilidade de estruturas marítimas e de mapas para resposta a incidentes de vazamento.

A modelagem hidrodinâmica pode ser utilizada em outras áreas com um planejamento adequado. O estudo propõe estabelecer uma base nacional para monitorar a vulnerabilidade às mudanças climáticas, o que otimizaria a troca de informações entre cientistas e gestores.

Recomenda-se a criação de um modelo digital detalhado do litoral, o uso associado a modelos de ondas e sedimentos e o estudo de padrões regionais das alterações climáticas com base em projeções globais.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.