O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, detalhou a necessidade de adaptar a legislação brasileira à dinâmica atual do crime organizado. Em entrevista publicada nesta sexta-feira (7 de novembro de 2025), Sarrubbo explicou que as facções criminosas evoluíram, expandindo suas atividades além do mercado ilícito, agora controlando territórios e influenciando ciclos econômicos inteiros.
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Ele observou que o controle das facções se estende à venda de produtos e serviços que tradicionalmente são oferecidos pelo Estado e pela sociedade civil, incluindo acesso à internet, televisão e controle sobre recursos hídricos, além da manipulação de mercados.
Estratégias para o Controle Territorial
Sarrubbo enfatizou a importância de ações estratégicas voltadas para retomar e manter o controle territorial. Segundo ele, é fundamental “entrar, ficar e saturar” o território, buscando o sucesso através da prisão em massa de indivíduos para a produção de provas e a obtenção de inteligência criminal.
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A proposta legal visa ampliar as penas, criar o crime de organização criminosa qualificada e permitir o bloqueio de bens, o monitoramento e a infiltração de agentes.
Críticas à Proposta da Oposição e à Classificação como Terrorismo
O secretário manifestou críticas à proposta da oposição de unificar o projeto com uma iniciativa que equipara integrantes de facções criminosas a “terroristas”. Sarrubbo argumentou que essa equiparação “não facilita nada” no combate ao crime e gera riscos externos.
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Ele ressaltou que a declaração de terrorismo poderia tornar o país vulnerável a embargos econômicos e violações territoriais. Ele reiterou que ações de combate ao crime organizado devem ser avaliadas com base em resultados, como a redução de mortes e ferimentos, e a prisão de criminosos.
Importância da Evidência e Integração Nacional
Sarrubbo criticou a politização do debate sobre segurança pública, defendendo a adoção de uma abordagem baseada em evidências e dados. Ele também questionou a disputa entre governos federal e estaduais sobre a liderança de ações de segurança.
Para Sarrubbo, o enfrentamento do crime organizado exige integração e a utilização de estruturas operacionais como Renorcrim, Renarc, Recupera, as Ficcos e o Cifra, que reúnem polícias e Ministérios Públicos. Ele sugeriu que, com a proposta legal em vigor desde os anos 90, o crime organizado não teria se espalhado por todo o Brasil.
Conclusão
O secretário nacional de Segurança Pública defendeu uma abordagem pragmática e baseada em dados para o combate ao crime organizado, enfatizando a importância da integração nacional e da avaliação de resultados em vez de soluções populistas.
