Encerramento da COP30 em Belém: Discurso de Marina Silva
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, foi uma das figuras centrais no emocionante encerramento da COP30, realizado em Belém. Após seu discurso final, ela recebeu aplausos de pé ao fazer um balanço dos avanços obtidos, além de reconhecer os desafios que ainda persistem.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Marina reafirmou o compromisso do Brasil em liderar a criação de dois novos “mapas do caminho”: um para combater e reverter o desmatamento e outro para a transição justa dos combustíveis fósseis.
O discurso da ministra ocorreu após uma plenária marcada por tensões, que foi temporariamente suspensa devido a questionamentos de países latino-americanos sobre partes da carta final da conferência. O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, interrompeu os trabalhos por cerca de uma hora para que as delegações pudessem esclarecer suas preocupações.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Após negociações, a sessão foi retomada com Lago afirmando que “todas as decisões foram marteladas e são consideradas adotadas”.
Conflitos Diplomáticos e Aprovações
O clima se intensificou quando um representante da Rússia criticou os questionamentos dos latino-americanos, sugerindo que não deveriam agir como crianças. Essa declaração gerou aplausos e uma resposta imediata da Argentina, que exigiu respeito e considerou a postura antiética.
LEIA TAMBÉM!
Apesar das objeções, a aprovação dos documentos-chave da COP30 foi mantida, incluindo o Mutirão Global (CMA.6) e o fortalecimento do Programa de Trabalho de Transição Justa.
Marina Silva também destacou a aprovação da inédita estrutura de indicadores do Objetivo Global de Adaptação (GGA). Ela agradeceu à equipe de André Corrêa do Lago, ao secretariado da ONU e parabenizou Austrália, Turquia e Etiópia, que presidirão as próximas COPs.
Em um momento de reflexão, a ministra fez uma conexão histórica com a Rio-92, expressando a esperança de que a virada ambiental fosse mais rápida e que a ciência influenciasse as decisões de forma mais efetiva.
Compromissos e Avanços
Marina citou o presidente Lula ao enfatizar que ainda há falta de consenso sobre a inclusão de combustíveis fósseis nas decisões oficiais, mas garantiu que o Brasil continuará comprometido com essa pauta. Ela ressaltou a importância de realizar a COP no “coração da Amazônia”, fortalecendo o protagonismo de povos indígenas e comunidades tradicionais.
O lançamento do TFF, um mecanismo que valoriza a conservação das florestas tropicais, foi celebrado como um avanço significativo.
A ministra reconheceu que, embora os avanços na adaptação sejam modestos, a aprovação de indicadores globais e o compromisso de países desenvolvidos em triplicar o financiamento até 2030 são passos importantes. Segundo ela, esses resultados reforçam o multilateralismo climático, embora ainda haja muito a ser feito para cumprir a meta de 1,5°C estabelecida em Dubai.
Ao encerrar, emocionada, agradeceu a presença das delegações: “Muito obrigada por visitarem a nossa casa, o coração do planeta.”
