Ministra Marina Silva Alerta sobre Crise Ambiental em Evento em São Paulo

No evento PRI in Person 2025, realizado em São Paulo, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, fez um alerta sobre a gravidade da crise ambiental. Ela enfatizou a necessidade de alinhar o capital financeiro global ao desenvolvimento sustentável. “Estamos à beira do ponto de não retorno.

Estamos no limite climático”, afirmou durante um painel sobre finanças verdes.

A ministra destacou que os recentes desastres ambientais no Brasil, como as enchentes no Rio Grande do Sul e as secas na Amazônia, são reflexos de um modelo econômico que tratou os recursos naturais como se fossem inesgotáveis. “A mudança do clima é o principal sintoma de um modelo que pensou que os recursos não acabavam.

A vida está desprotegida, e sem vida não há negócios”, declarou.

Transformação Ecológica e Empregos Sustentáveis

Marina Silva ressaltou que a transformação ecológica proposta pelo governo brasileiro vai além da questão ambiental, buscando integrar crescimento econômico, inclusão social e sustentabilidade. Ela mencionou o Plano de Transformação Ecológica, que foi elaborado em parceria com o Ministério da Fazenda e se estrutura em seis eixos, incluindo finanças sustentáveis e infraestrutura verde.

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Esse plano pode gerar mais de 2 milhões de novos empregos e elevar o PIB de forma sustentável. “O futuro nada mais é do que um pretexto para que a gente possa fazer as coisas agora”, afirmou, destacando o papel estratégico do Brasil como uma “potência socioambiental” na transição energética global.

Fundo Florestas Tropicais para Sempre

A ministra também apresentou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), uma proposta inovadora do governo. Ao contrário de mecanismos que pagam para que desmatadores parem, o TFFF busca recompensar financeiramente quem preserva. “O TFFF é para remunerar aqueles que protegem e prestam serviços para preservar os recursos do planeta”, explicou.

O fundo, de natureza mista, visa captar capital para investimentos de longo prazo em ativos florestais, com rendimentos destinados a países que mantêm florestas em pé. “Quem investe em conservação faz um investimento com duplo retorno: para o planeta e para a economia”, afirmou.

Compromissos e Avanços do Brasil

Marina Silva destacou que o Brasil pretende zerar o desmatamento até 2030 e reduzir entre 55% e 67% das emissões de CO₂ até 2035. O país já registrou uma queda de 50% no desmatamento da Amazônia em três anos. Ela também mencionou a taxonomia sustentável brasileira, recentemente assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estabelece critérios para orientar investimentos verdes.

“O setor financeiro não pode ser um observador pacífico. O caminho para Belém, na COP30, está pavimentado com ações concretas e oportunidades de investimento”, declarou. Para Marina, o desafio global é usar o dinheiro gerado a partir da natureza para preservar o que ainda temos e restaurar o que foi perdido.