Marina Lima recorda contato telefônico com Antonio Cícero na véspera de sua morte, conforme relatos

A cantora compareceu ao programa Conversa com Bial na noite de segunda-feira (14) e recordou a decisão do poeta e escritor.

15/07/2025 9:39

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Marina Lima recorda contato telefônico com Antonio Cícero na véspera de sua morte, conforme relatos
(Imagem de reprodução da internet).

A cantora Marina Lima, 69 anos, relembrou o falecimento de seu irmão, Antonio Cícero, aos 79 anos, em Zurique, na Suíça, em outubro de 2024, após o diagnóstico de Alzheimer.

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Na noite da última segunda-feira (14), durante sua participação no Conversa com Bial, da TV Globo, a artista detalhou seu relacionamento com o poeta e escritor, e a admiração mútua que compartilhavam.

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A morte dele faz parte de sua obra. É incrível, tenho um orgulho enorme disso, porque o Cicero não deixou barato em nenhum momento. É um orgulho enorme. Fez todo mundo pensar de novo sobre isso, sobre eutanásia, sobre permissão. Por que tem ir para o exterior fazer isso? Como várias coisas no Brasil, deveria ser permitido no Brasil também.

Marina também lembrou que o irmão não quis compartilhar a decisão do procedimento e optou pelo sigilo para que ninguém tentasse interferir. “Ele não conversou com ninguém sobre isso, porque acho que ele tinha medo que alguém interferisse. Jamais iria interferir porque conheço ele desde que nasci. Sei como ele é, sei como ele era racional e decidido em relação a tudo. Ele conversou com o Marcelo, marido dele de mais de 40 anos”, contou.

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A artista percebeu a presença constante de Antonio em seus shows, mesmo sem saber o que ocorreria, e sentiu uma vontade de homenageá-lo, como se fosse uma despedida.

Não compreendi por que ele começou a aparecer em todos os shows. Os shows que eu estava fazendo naquele período, que era o lançamento da “Rota 69”, ele assistiu a uns quatro. Estava satisfeito, em cada show o homenageava. Falava dele e ele era ovacionado. Não percebi que ele faria isso.

Ela me telefonou no dia anterior à noite.

Antes de falecer, Antonio contatou Marina, que se encontrava na Suíça. Ele comunicou sua decisão de maneira direta e com grande importância, sobretudo para quem o conhecia e admirava a maneira como o poeta vivia.

Ele me contatou no dia anterior à noite. Tinha passado uma semana com ele em sua residência. E ele disse: “Estou na Suíça”. Quando ele falou, eu já compreendi. Pois, na verdade, o Cícero sempre foi ateu, nunca acreditou em nada, mas viveu até o último instante. Era um aventureiro, poeta e filósofo. Amava o que praticava, o ofício. E possuía uma inteligência notável.

Lima afirmou que o diagnóstico de Alzheimer o impactou totalmente. A doença, segundo ela, gerou sofrimento para uma pessoa que prezava muito pela clareza e pela própria independência.

Quando soube do diagnóstico de Alzheimer, ele se sentiu desorientado. Nossa família era sempre muito alegre. Uma única família, do pai, da mãe. Ríamos muito, semanalmente, com muita risada e brincadeiras. E eu comecei a perceber o Cícero chateado com o diagnóstico, bastante incomodado. Ele não estava acostumado a se sentir sem total controle da sua vida e da sua mente.

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Fonte por: CNN Brasil

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.