Marina afirma que licença do Ibama para foz do Amazonas foi técnica e autoriza Petrobras a pesquisar petróleo
Petrobras recebe autorização para explorar petróleo na Margem Equatorial. Confira todos os detalhes no Poder360.
Marina Silva Rebate Influências Políticas em Licença do Ibama
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, negou na quarta-feira (22.out.2025) que a autorização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para a Petrobras pesquisar petróleo na bacia sedimentar Foz do Amazonas tenha sido influenciada por questões políticas. A licença para perfurar poços no bloco FZA-M-59, na Margem Equatorial, foi concedida na segunda-feira (20.out).
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“A decisão dos nossos servidores do Ibama foi técnica. Se houve qualquer manifestação política, isso não afetou o trabalho de qualidade realizado pelos nossos técnicos. É legítimo que as pessoas tenham aspirações, mas em um governo republicano, como o do presidente Lula, a decisão foi técnica”, afirmou Marina Silva em entrevista ao Canal Gov.
Exigências do Ibama para Licença
A ministra ressaltou que o rigor do Ibama é evidente nas melhorias exigidas para a concessão da licença à Petrobras. “Uma delas é a base de suporte para a fauna oleada. No projeto inicial, a base ficava em Belém, a 800 quilômetros da prospecção. O Ibama considerou inadmissível, pois o tempo de transporte era longo demais para o salvamento dos animais”, explicou.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“Agora, temos uma base em Belém e outra próxima ao local da prospecção, a cerca de 160 km. Todas as exigências do Ibama eram necessárias e, sem esse rigor, a licença poderia prejudicar o meio ambiente e os interesses do Brasil”, declarou.
Contradições e Desafios Climáticos
Marina Silva também comentou sobre a contradição de explorar mais reservas de petróleo antes da COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), que ocorrerá em Belém. A redução do uso de combustíveis fósseis é crucial para diminuir as emissões de gases do efeito estufa e combater o aquecimento global.
Leia também:
Justiça liberta refinaria de Manguinhos: decisão provisória
Petrobras questiona valor de compensação em Foz do Amazonas
Governo inclui biodiesel em Leilão de Energia em 2026
“A sociedade debate essa questão, e é justo. Precisamos nos afastar da dependência de combustíveis fósseis, que estão aquecendo a Terra. O caminho é planejar de forma justa para que todos possam fazer suas transições”, afirmou. “A decisão não é do Ibama, mas do Conselho Nacional de Política Energética”, acrescentou.
Preparativos para a COP30
A ministra também destacou os esforços do Brasil na preparação para a COP30, apesar dos desafios geopolíticos, da crise de hospedagem em Belém e das dificuldades em obter compromissos concretos dos países para mitigação e adaptação climática.
“Espero que a cúpula envie uma mensagem forte sobre a emergência climática e a necessidade de salvar o planeta e o multilateralismo climático”, disse Marina. “Meu sonho é que, ao final da COP30, possamos deixar um legado importante, liderando pelo exemplo na agenda do desmatamento e na transição para sair da dependência de combustíveis fósseis”, completou.
“Devemos deixar discussões substanciais sobre as NDCs (Contribuição Nacionalmente Determinada) insuficientes. O clima não pode ser resolvido sem uma abordagem conjunta e solidária”, finalizou.
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.












