Maria Augusta, intérprete de “O Amanhã”, falece aos 83 anos

Artista participou de dois desfiles vencedores do Carnaval do Rio de Janeiro e esteve presente em escolas de samba como Salgueiro, Beija-Flor e União da…

11/07/2025 15:21

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Maria Augusta, intérprete de “O Amanhã”, falece aos 83 anos
(Imagem de reprodução da internet).

Maria Augusta Rodrigues, conhecida carnavalescamente, faleceu na sexta-feira (11), aos 83 anos, devido à falência múltipla de órgãos. A informação foi divulgada por meio de uma homenagem da Academia do Salgueiro, escola de samba onde a artista iniciou sua carreira.

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Augusta estava hospitalizada no Hospital São Lucas, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, desde junho, em tratamento contra um câncer. Na ocasião do adeus, a comunidade homenageou o legado da rainha do carnaval e recordou que ela foi a última artista sobrevivente do grupo que construiu a história do Salgueiro e transformou o Carnaval carioca, com figuras como Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues, Joãozinho Trinta e Rosa Magalhães.

Maria Augusta não foi apenas uma artista genial. Ela representou uma revolução completa. Estava ao lado de nomes como Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues, Joãozinho Trinta e Rosa Magalhães no período mais audacioso e criativo da nossa história. Foi ali, no Salgueiro dos anos 60, que ela ajudou a reinventar o Carnaval. Com inteligência, elegância e ousadia, transformou o desfile em uma verdadeira lição de brasilidade, beleza e potência cultural.

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Ela compareceu à escola em vermelho e branco, acompanhada de Pamplona e Arlindo, seus professores na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e líderes da equipe criativa da agremiação. Ao lado dos mestres, Augusta participou da assinatura do desfile “Festa Para um Rei Negro”, de 1971, que foi campeão daquele ano e entrou para a história com o samba conhecido pelo refrão “Olelê, olalá/Pega no ganzá/Penga no ganzá”.

Augusta continuaria a participar dos desfiles de 1973 e 1974, obtendo, nesta última, seu segundo título ao lado de Joãozinho Trinta. Em tal ano, a rainha carnavalesca recebeu homenagem da escola-mirim, os Aprendizes do Salgueiro, com o tema “Uni-duni-tê, o Aprendizes escolheram você!”.

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Augusta também teve passagem notável pela União da Ilha do Governador, onde colaborou na construção da identidade da escola insulana com roteiros em formato de crônica, que retratavam o dia a dia do carioca. “Domingo” e “O Amanhã” foram os mais famosos, e originaram dois dos mais emblemáticos sambas da história. Ela também assinou um desfile na Beija-Flor de Nilópolis, em 1993.

Além de sua atuação como carnavalesca, Augusta também foi uma figura importante nos bastidores da folia, atuando como comentarista das transmissões da TV Globo e como membro do júri do Estandarte de Ouro, a mais importante premiação do Carnaval do Rio.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.