Marcas de luxo investem em produtos de beleza com diamantes e joias

Marcas de beleza e joalherias de prestígio estabelecem parcerias.

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(Imagem de reprodução da internet).

Em maio, uma modelo exibiu um vestido amarelo-dourado, adornado com flores, no sofisticado jardim da propriedade de Christian Dior, o Château de La Colle Noire. O conjunto foi completado por um pingente cilíndrico, suspenso em corrente luxuosa, com detalhes em flores de esmalte e pedras preciosas.

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A joia, elaborada pela diretora criativa da Dior Joaillerie, Victoire de Castellane, era deslumbrante. Ao segurá-la na mão e abri-la com um clique, um compartimento secreto contendo um batom é revelado.

O destaque é uma colaboração improvável entre de Castellane e o diretor de criação e imagem de maquiagem da marca, Peter Philips. Em comunicado, a Dior explicou que o produto híbrido une “as conexões óbvias entre joias e beleza”.

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A Dior não está sozinha ao explorar projetos que combinam diferentes áreas, e as colaborações entre joias e beleza estão em ascensão.

Inicialmente neste ano, a joalheira americana Suzanne Kalan firmou parceria com a marca de cuidados com a pele Natura Bissé em um tratamento facial que incluía diamantes em lapidação “rose-cut”, típicos de Kalan (que eram aplicados nos pontos de chakra do rosto e pescoço durante o procedimento). Com um valor de £ 600 (aproximadamente R$ 4,3 mil), o tratamento estava disponível exclusivamente no Hotel Dorchester, em Londres.

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“Os diamantes auxiliam na diminuição do estresse e da ansiedade”, declarou Kalan, que pretende oferecer o tratamento em outros estabelecimentos de bem-estar.

Paul Russell, psicólogo do consumo e fundador da Luxury Academy, uma empresa com sede em Londres que oferece treinamento especializado em habilidades interpessoais no mercado de luxo, reconhece o valor da nova experiência.

Os diamantes deixaram de ser apenas decorativos, afirmou à CNN. “Eles estão fazendo algo, são parte de um processo, tornam-se algo experiencial.”

Isso pode ser interessante para pessoas com alto patrimônio líquido, muitos dos quais estão significativamente alterando seus gastos para incluir experiências exclusivas, incluindo atividades voltadas para o bem-estar.

Peças raras e únicas.

A área mais promissora para projetos que combinam estética e joalheria reside na perfumaria fina, considerando que os frascos de perfume podem ser encarados como obras de arte.

Em 2023, a Guerlain estabeleceu parceria com a marca Chaumet, também da LVMH, em uma fragrância exclusiva, apresentada em uma versão renovada de seu icônico frasco Bee, decorado com 336 diamantes, somando 55 quilates e com preço de US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 5,4 milhões).

Desenvolvida como homenagem ao Eau de Cologne Impériale, um perfume notório empregado pela Imperatriz Eugênia em seu casamento com Napoleão III, a criação Guerlain x Chaumet também compreendia uma tampa que se convertia em anel.

A Bulgária incorporou a alta perfumaria como elemento central em suas coleções de joias desde 2021. As novas fragrâncias, dispostas em frascos de vidro Murano, com gravações de serpentes adornadas com gemas, remetem ao motivo histórico da marca e possuem um custo superior a US$ 200 mil (aproximadamente R$ 1 milhão).

Reconhecemos a procura por produções tão exclusivas e direcionamos a perfumaria de luxo como um foco estratégico, afirmou a vice-CEO da Bulgari, Laura Burdese.

A Jaeger-LeCoultre, pertencente ao grupo Richemont, expandiu-se para o mundo da perfumaria. Através do programa “Made of Makers”, a empresa suíça apresentou um conjunto de fragrâncias em colaboração com o perfumista Nicolas Bonneville. Essas criações exclusivas, em edição limitada, são disponibilizadas aos clientes como presentes especiais, associados a compras de alto valor.

Bibi van der Velden, joalheira holandesa independente, colaborou recentemente com Lyn Harris, fundadora das marcas de fragrâncias Miller Harris e Perfumer H, e Aristide Najean, pintor e escultor reconhecido por suas obras de vidro contemporâneas, na concepção de um vaso com velas perfumadas – um objeto que combina elementos de escultura e difusor de aroma.

Qual o motivo por trás dessas ações das empresas?

Os adornos de beleza já foram, na realidade, uma extensão natural da oferta de um joalheiro. A “Minaudière” da Van Cleef & Arpels, uma bolsa pequena adornada com joias introduzida na década de 1930, foi projetada para funcionar como um estojo de cosméticos de luxo, completo com compartimentos para batom, pó e perfume. Da mesma forma, os frascos de perfume criados por especialistas em porcelana, como Meissen, Capodimonte, Chelsea e St. James, foram projetados para não serem escondidos em banheiros, mas como objetos decorativos destinados a serem exibidos em salas de estar.

Contudo, à medida que a beleza se tornou uma categoria de mercado de massa e um número crescente de marcas buscou oferecer produtos acessíveis a mais compradores, a embalagem tornou-se menos elaborada. Isso está mudando agora, e algumas marcas premium, buscando aumentar o valor percebido de seus produtos de beleza, estão priorizando materiais nobres, acabamentos sofisticados e elementos de design únicos.

Pierre Dupreelle, diretor-geral e especialista em luxo no Boston Consulting Group, identifica sinergias singulares entre joias e beleza.

A colaboração com a indústria de joalheria auxilia as marcas de beleza a aumentar sua percepção e ingressar no segmento de luxo. Para os joalheiros, essas parcerias oferecem acesso a novos públicos e oportunidades, como exemplificado pelo batom Rouge G da Guerlain, transformado em um item colecionável devido ao seu elegante estojo recarregável e espelho discreto.

É relevante que esses cruzamentos criativos estejam emergindo das categorias que apresentaram maior resiliência em face da desaceleração do luxo. Conforme a Bain & Company, o mercado global de luxo registrou uma queda de 1% a 3% nas taxas de câmbio no ano passado, mas beleza e joias ainda conseguiram crescer. Essas categorias também são projetadas pela Bain para permanecerem entre as mais estáveis, apesar de se esperar que o setor de luxo continue a contrair neste ano.

Apesar do recuo nos gastos discricionários abrangentes, o setor de joias e beleza de prestígio apresentou um desempenho superior, impulsionado pela relevância emocional, pelo apelo para presentes e pelo valor percebido, conforme observado pela sócia sénior da Bain & Company, Federica Levato. Ela complementou que, embora as marcas de beleza possam se beneficiar do “efeito batom” (luxos acessíveis em que os consumidores gastam quando não podem arcar com grandes compras), as joias mantêm seu fascínio como uma reserva de valor.

Levato afirmou que, unidas, elas constituem uma combinação poderosa: deleite estético e segurança emocional.

“As pessoas não querem mais categorias, elas querem momentos”, acrescentou Russell. “Elas querem objetos que pareçam pessoais, inteligentes, até um pouco absurdos. Um batom em um colar não faz sentido se você pensar muito, e é exatamente por isso que funciona. Não é para ser prático. É para ser íntimo e desnecessário, e é aí que está o luxo.”

Museu apresenta seleção das maiores e mais inusitadas joias do mundo.

Fonte por: CNN Brasil

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