Maracanã pode ser vendido para saldar dívida de R$ 12,3 bilhões do Estado, revela Alerj

Relatório da Alerj lista estádio entre 62 imóveis que podem ajudar a diminuir a dívida de R$ 12,3 bilhões. Confira no Poder360.

23/10/2025 8:27

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(Imagem de reprodução da internet).

Complexo do Maracanã pode ser vendido para quitar dívida do Rio de Janeiro

O governo do Estado do Rio de Janeiro está considerando incluir o Complexo do Maracanã entre os imóveis que podem ser vendidos para ajudar a quitar parte da dívida estadual, que é de R$ 12,3 bilhões e vence em 2026. A proposta foi apresentada em um relatório de um grupo de trabalho da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), liderado pelo deputado Alexandre Knoploch (PL), e divulgada na quarta-feira, 22 de outubro de 2025.

O documento revisa o Projeto de Lei Complementar 40 de 2025 e sugere mudanças na lista de bens públicos que podem ser utilizados para o pagamento da dívida com a União. De acordo com a Alerj, 30 novos imóveis foram adicionados à lista, enquanto 16 foram removidos, totalizando 62 propriedades.

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Imóveis excluídos e inclusão do Maracanã

Entre os bens que foram excluídos estão o Complexo Esportivo Caio Martins, em Niterói, e o Batalhão da Polícia Militar no Leblon, na zona sul do Rio. O Complexo do Maracanã, por sua vez, agora faz parte do grupo de ativos que poderão ser vendidos.

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Durante a discussão do relatório na Comissão de Constituição e Justiça, o deputado Rodrigo Amorim (União Brasil) afirmou que essa medida pode ajudar a reduzir os gastos do Estado. Ele destacou que “o governo paga fortunas de manutenção do Complexo do Maracanã, sem uma concessão longa”, mencionando que o Executivo gasta, em média, R$ 1 milhão por partida realizada no estádio.

Concessão e análise de naming rights

Em setembro de 2024, o Flamengo e o Fluminense firmaram um contrato com o governo estadual, estabelecendo uma concessão de 20 anos. No consórcio, o Flamengo possui 65% da participação, enquanto o Fluminense detém 35%. O governador Cláudio Castro (PL) declarou que a expectativa era arrecadar R$ 186 milhões em investimentos no complexo.

Em outubro de 2025, a Casa Civil do Estado do Rio de Janeiro começou uma análise técnica sobre a possibilidade de comercializar os naming rights do Maracanã, uma iniciativa proposta pelos clubes. O relatório da Alerj também menciona que áreas próximas ao estádio, como a Aldeia Maracanã, não têm destinação social definida, o que reforça a inclusão do complexo na lista.

Distribuição dos imóveis e programa federal

A Aldeia Maracanã, que ocupa 14.000 metros quadrados, enfrenta problemas de precariedade, conforme relatórios de diversos órgãos públicos, segundo Amorim, presidente da CCJ. Dos 62 imóveis listados, 24 estão na zona norte, 18 no centro, 9 na zona sul, 4 na zona sudoeste, 3 na zona portuária e 1 na zona oeste. Além disso, há 2 endereços fora da capital: um em Niterói e outro em Cachoeiras de Macacu.

O programa federal Propag (Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados) permite que ativos públicos sejam utilizados para abater dívidas com a União. No caso do Rio, o governo busca acelerar a adesão ao programa e reduzir encargos financeiros futuros.

O relatório agora será submetido à votação no plenário da Alerj. Se aprovado, caberá ao governo estadual decidir o modelo de alienação —venda, concessão ou parceria público-privada— e as condições para a transferência dos imóveis listados.

Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.