Manifestações contrárias a deportações em larga escala lideradas por Trump ocorrem nos Estados Unidos
As manifestações começaram em Los Angeles na semana passada, levando o presidente americano a enviar tropas da Guarda Nacional e fuzileiros navais para a cidade, o que representou um alerta para o restante do país.

As manifestações contra as deportações em massa implementadas pelo governo de Donald Trump nos Estados Unidos se expandiram pelas grandes cidades do país entre a terça (10) e a quarta-feira (11). Os protestos, que começaram em Los Angeles na semana passada, levaram o presidente americano a dispor de tropas da Guarda Nacional e fuzileiros navais na cidade, o que gerou um alerta para o restante do país.
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Protestos ocorreram em cidades como Washington D.C., Nova York, Oakland, Seattle, Chicago, São Francisco e Austin. Esses eventos foram coordenados por diferentes grupos, incluindo sindicatos e o movimento “50501”, uma campanha descentralizada e de oposição ao governo americano. Os atos foram uma reação à repressão que se verificou em Los Angeles, onde houve confrontos entre civis e forças militares, alertando prefeitos e governadores dos EUA. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, está combatendo a presença militar na maior cidade do Estado.
Em Texas, o governador republicano Greg Abbott alertou na noite de terça-feira que enviaria a Guarda Nacional para “locais por todo o estado”. Ele não revelou o número de guardas nem como serão utilizados. Abbott declarou apenas que os guardas estarão em “locais estratégicos onde possam fornecer a resposta mais robusta”, se necessário. “Há outros fora desta sala que gostariam de saber disso. E eu não vou contar a eles”, disse o governador durante uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira.
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Manifestações no Texas
Em cidades do Texas, como Austin, San Antonio e Dallas, ocorrem manifestações. Protestos estão programados em San Antonio na noite de quarta-feira e em outras cidades do estado durante o fim de semana. As autoridades de San Antonio declararam que não solicitaram o envio da Guarda. Em Austin, manifestantes e policiais tiveram confronto em uma manifestação nesta terça-feira, resultando em 13 prisões e alguns ferimentos leves entre os policiais.
A Polícia de Austin informou que oito indivíduos foram presos e quatro policiais necessitaram de atendimento médico. O Departamento de Segurança Pública do Texas comunicou que agentes detiveram cinco pessoas durante o protesto. A manifestação foi organizada pelo Partido para o Socialismo e a Libertação. A organização alegou que a ação era em solidariedade aos protestos em Los Angeles e que o objetivo em Austin era que os agentes de imigração interrompessem as deportações, além de exigir a retirada dos militares da Califórnia.
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Em Dallas, vídeos capturados pela agência de notícias Associated Press exibiram policiais utilizando equipamentos de contenção em frente a um grupo de manifestantes, alguns portando bandeiras mexicanas.
Los Angeles
Em Los Angeles, onde ocorreram protestos recentes, foi estabelecido um toque de recolher na noite de terça-feira, porém não foi suficiente para afastar os manifestantes. A polícia local comunicou que 203 indivíduos foram detidos por se recusarem a dispersar e outros 17 por infringirem o período de recolher. A polícia também prendeu diversas pessoas por posse de arma de fogo, agressão a um agente da lei e por terem direcionado um feixe de laser para um veículo militar.
A polícia declarou ter empregado munições de menor potencial de morte para dispersar a população. Duas integrantes da força policial sofreram lesões na terça-feira, totalizando nove feridos nos últimos dias.
A prefeita Karen Bass participou dos protestos e criticou as ações dos agentes de imigração na Califórnia, considerando-as uma provocação da Casa Branca. “Talvez estejamos fazendo parte de um experimento nacional sobre até onde o governo federal pode ir ao assumir o poder de um governador, o poder de uma jurisdição local”, afirmou Bass.
Bass foi acompanhado por prefeitos de toda a região sul da Califórnia, vários dos quais afirmaram ser imigrantes. Eles declararam que os imigrantes são vitais para a economia, incluindo a colheita de alimentos para o país. “Não somos criminosos. Somos pessoas trabalhadoras. Viemos para os Estados Unidos para trabalhar, para melhorar nossas famílias”, disse a prefeita de South Gate, Maria Davila.
Diversos líderes da cidade relataram que abordagens policiais têm sido realizadas em frente a lojas de departamentos, igrejas e outros comércios. Uma gestante de nove meses e um homem que se deslocava para visitar a neta foram entre os presos, informaram.
Com informações do Estadão Contigo
Publicado por Nátaly Tenório
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.