Manifestações contrárias a deportações em larga escala lideradas por Trump ocorrem nos Estados Unidos

As manifestações começaram em Los Angeles na semana passada, levando o presidente americano a enviar tropas da Guarda Nacional e fuzileiros navais para a cidade, o que representou um alerta para o restante do país.

11/06/2025 21:59

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Manifestações contrárias a deportações em larga escala lideradas por Trump ocorrem nos Estados Unidos
(Imagem de reprodução da internet).

As manifestações contra as deportações em massa implementadas pelo governo de Donald Trump nos Estados Unidos se expandiram pelas grandes cidades do país entre a terça (10) e a quarta-feira (11). Os protestos, que começaram em Los Angeles na semana passada, levaram o presidente americano a dispor de tropas da Guarda Nacional e fuzileiros navais na cidade, o que gerou um alerta para o restante do país.

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Protestos ocorreram em cidades como Washington D.C., Nova York, Oakland, Seattle, Chicago, São Francisco e Austin. Esses eventos foram coordenados por diferentes grupos, incluindo sindicatos e o movimento “50501”, uma campanha descentralizada e de oposição ao governo americano. Os atos foram uma reação à repressão que se verificou em Los Angeles, onde houve confrontos entre civis e forças militares, alertando prefeitos e governadores dos EUA. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, está combatendo a presença militar na maior cidade do Estado.

Em Texas, o governador republicano Greg Abbott alertou na noite de terça-feira que enviaria a Guarda Nacional para “locais por todo o estado”. Ele não revelou o número de guardas nem como serão utilizados. Abbott declarou apenas que os guardas estarão em “locais estratégicos onde possam fornecer a resposta mais robusta”, se necessário. “Há outros fora desta sala que gostariam de saber disso. E eu não vou contar a eles”, disse o governador durante uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira.

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Manifestações no Texas

Em cidades do Texas, como Austin, San Antonio e Dallas, ocorrem manifestações. Protestos estão programados em San Antonio na noite de quarta-feira e em outras cidades do estado durante o fim de semana. As autoridades de San Antonio declararam que não solicitaram o envio da Guarda. Em Austin, manifestantes e policiais tiveram confronto em uma manifestação nesta terça-feira, resultando em 13 prisões e alguns ferimentos leves entre os policiais.

A Polícia de Austin informou que oito indivíduos foram presos e quatro policiais necessitaram de atendimento médico. O Departamento de Segurança Pública do Texas comunicou que agentes detiveram cinco pessoas durante o protesto. A manifestação foi organizada pelo Partido para o Socialismo e a Libertação. A organização alegou que a ação era em solidariedade aos protestos em Los Angeles e que o objetivo em Austin era que os agentes de imigração interrompessem as deportações, além de exigir a retirada dos militares da Califórnia.

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Em Dallas, vídeos capturados pela agência de notícias Associated Press exibiram policiais utilizando equipamentos de contenção em frente a um grupo de manifestantes, alguns portando bandeiras mexicanas.

Los Angeles

Em Los Angeles, onde ocorreram protestos recentes, foi estabelecido um toque de recolher na noite de terça-feira, porém não foi suficiente para afastar os manifestantes. A polícia local comunicou que 203 indivíduos foram detidos por se recusarem a dispersar e outros 17 por infringirem o período de recolher. A polícia também prendeu diversas pessoas por posse de arma de fogo, agressão a um agente da lei e por terem direcionado um feixe de laser para um veículo militar.

A polícia declarou ter empregado munições de menor potencial de morte para dispersar a população. Duas integrantes da força policial sofreram lesões na terça-feira, totalizando nove feridos nos últimos dias.

A prefeita Karen Bass participou dos protestos e criticou as ações dos agentes de imigração na Califórnia, considerando-as uma provocação da Casa Branca. “Talvez estejamos fazendo parte de um experimento nacional sobre até onde o governo federal pode ir ao assumir o poder de um governador, o poder de uma jurisdição local”, afirmou Bass.

Bass foi acompanhado por prefeitos de toda a região sul da Califórnia, vários dos quais afirmaram ser imigrantes. Eles declararam que os imigrantes são vitais para a economia, incluindo a colheita de alimentos para o país. “Não somos criminosos. Somos pessoas trabalhadoras. Viemos para os Estados Unidos para trabalhar, para melhorar nossas famílias”, disse a prefeita de South Gate, Maria Davila.

Diversos líderes da cidade relataram que abordagens policiais têm sido realizadas em frente a lojas de departamentos, igrejas e outros comércios. Uma gestante de nove meses e um homem que se deslocava para visitar a neta foram entre os presos, informaram.

Com informações do Estadão Contigo

Publicado por Nátaly Tenório

Fonte por: Jovem Pan

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.