O clamor de manifestantes dificultou o diálogo entre a copresidente da AfD, Alice Weidel, e jornalistas, durante uma entrevista ao vivo transmitida por …
A entrevista com Alice Weidel, líder do partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD), foi amplamente prejudicada pelo som de manifestações em Berlim no domingo 20.
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O debate, que ocorreu em um espaço aberto no distrito governamental, próximo ao Bundestag e à margem do rio Spree, contou com manifestações que incluíram apitos, buzinas e música alta, com os participantes gritando palavras de ordem contra a AfD, localizada na outra margem do rio.
Um grupo pequeno de manifestantes e um grande ônibus com alto-falantes eram visíveis do lado oposto ao Spree.
Weidel precisou se virar para frente em algumas ocasiões para compreender as perguntas do apresentador Markus Preiss.
Weidel afirmou no decorrer da entrevista que essas pessoas estavam se manifestando contra ela e que recebiam financiamento dos impostos alemães por meio de organizações não governamentais.
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Em certos momentos, Weidel precisou interromper suas respostas, alegando que o ruído dos manifestantes prejudicava sua concentração. Contudo, a ARD manifestou o interesse em prosseguir “normalmente” com a entrevista, apesar da interferência sonora.
O programa integra uma série de entrevistas denominadas “entrevistas de verão”, conduzidas tradicionalmente em espaços abertos e realizadas pelas emissoras públicas ARD e ZDF, líderes de audiência na Alemanha, com a participação de notáveis figuras políticas do país.
Preiss identificou as “circunstâncias difíceis”, afirmando que, em algumas ocasiões, era quase inviável compreender a entrevista e, reciprocamente.
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Um porta-voz da polícia de Berlim informou que um aparelho de som potente foi utilizado com o equipamento técnico do ônibus Adenauer, e que 25 indivíduos participaram da ocorrência antes que ela fosse interrompida por agentes policiais sem prévio aviso. Ninguém foi detido.
Durante a entrevista, Weidel reiterou posições já conhecidas. Ela acusou falsamente o chanceler federal alemão, Friedrich Merz, de ter desrespeitado todas as suas promessas eleitorais.
Ademais, atribuiu a migração por todos os problemas dos sistemas sociais e afirmou que “metade dos beneficiários da assistência social são estrangeiros e a outra metade possui dupla nacionalidade”.
Sem o apoio dos sistemas sociais e sem a assistência da Ucrânia, haveria, segundo Weidel, espaço para reduções substanciais nos impostos.
O grupo que organizou a ação contra Weidel neste domingo é o mesmo que, em janeiro deste ano, participou de um protesto contra o bilionário e dono da fabricante de carros elétricos Tesla, Elon Musk.
Musk exibiu uma projeção na fachada de uma fábrica da Tesla em Brandemburgo, na Alemanha, após realizar o que ele afirmou não ter sido uma saudação nazista em celebração à posse de Donald Trump nos Estados Unidos.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.