Os atos bolsonaristas marcados para o próximo domingo, 3 de agosto, na Avenida Paulista, apresentarão uma situação atípica: a falta dos principais líderes da direita radical. Não estarão presentes Jair Bolsonaro (PL), Michelle Bolsonaro (PL) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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A iniciativa, liderada pelo pastor Silas Malafaia, busca suprir a ausência simbólica com Nikolas Ferreira (PL-MG) e SÓstenes Cavalcante (PL-RJ). A responsabilidade pelo protagonismo nos debates contrários ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e ao governo Lula (PT) recairá sobre eles.
Por trás do entusiasmo, contudo, existe uma estratégia mais sutil: pressionar o ministro Luiz Fux, membro da Primeira Turma do STF, a solicitar vista no julgamento do processo 2696, que versa sobre a trama golpista envolvendo Bolsonaro. Caso Fux decida suspender o processo, o bolsonarismo obtém até 90 dias para agir nos bastidores. Isso compreende ofensivas jurídicas e até pressões internacionais, como a ameaça de sanções comerciais e a tentativa de aplicar a Lei Magnitsky contra Moraes.
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Contudo, o cálculo negligencia um fator crucial: mesmo que Fux suspenda a tramitação, Flávio Dino assume a presidência da Primeira Turma em outubro. Ao contrário de Fux, é improvável que Dino permita novas adições. Nesse caso, seu comando pode significar a aceleração do processo, o que poderia levar Bolsonaro à prisão. Dino, outrora, foi o primeiro ministro do STF a manifestar-se publicamente em apoio a Moraes após os ataques bolsonaristas.
Apesar de realizadas em âmbito nacional, as manifestações enfrentam a ausência do ex-presidente. Há ceticismo até mesmo entre os organizadores, que temem um público menor do que o do ato de 29 de junho – quando cerca de 12.400 pessoas protestaram contra o STF, conforme dados de uma pesquisa da USP.
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Fonte por: Carta Capital