Malafaia tem crise e demonstra a decadência ética do bolsonarismo religioso
Sem articulação e sem acordo mútuo, os participantes deste projeto se confrontam entre si.

Silas Malafaia, pastor midiático que há décadas se apresenta como paladino da moral cristã e defensor da família tradicional, foi flagrado em um surto de raiva. Em áudios direcionados a Jair Bolsonaro, chamou Eduardo, filho investigado do ex-presidente, de “babaca” e prometeu “arrebentar” com o deputado. A situação é grotesca — sobretudo vinda de quem se apresenta como líder espiritual de milhões.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O episódio não apenas rompe o verniz moralista que sustenta parte da extrema-direita religiosa no Brasil, como expõe o método de intimidação que atravessa esse projeto político.
O impacto não é pequeno para fiéis que percebem na fé um ambiente de oração e respeito, e não um palco de ofensas. O cristão comum não é Malafaia. Ouvir um líder religioso utilizar essa linguagem, principalmente em meio a uma crise política, gera constrangimento e diminui a confiança. O discurso que comprometeu a moralidade pública por muitos anos demonstra sinais de fragilidade.
Leia também:

Michele Bolsonaro, a nova figura central da cruzada conservadora?

Celebração dos 40 anos de “Brasil: Nunca Mais”, a obra que promoveu a união entre católicos e evangélicos contra os atrocidades da ditadura

Eduardo e Bolsonaro discutem acusações sobre Tarcísio
Nas gravações, Malafaia demonstra menos postura de líder religioso e mais a de chefe de grupo. Sua linguagem é de constrangimento e intimidação: controla, manipula, suprime. Entre a igreja e os interesses, o propósito é o mesmo: exercer poder através do receio. O texto bíblico é transformado em instrumento de domínio. A agressividade verbal se torna comum, mesmo entre aqueles que afirmam representar a paz de Cristo.
A cena parece um colapso ideológico. Não há serenidade nem confiança, só raiva e desespero. O alvo, agora, é Eduardo Bolsonaro, suposto aliado. É a própria hierarquia do bolsonarismo religioso que se desfaz publicamente.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Malafaia não se restringiu ao púlpito. Atuou como operador político, negociando cargos, silenciando opositores, ditando condutas. Seu título de “conselheiro espiritual” sempre foi um eufemismo para articulador de guerra santa. Como inquisidor moderno, definiu ortodoxos e desviantes, fiéis e infiéis, quem merecia acolhimento e quem precisava ser “arrebentado”. O bolsonarismo lhe deu carta branca. Agora, a imagem de uma direita cristã unida e disciplinada se esfarela pelas mãos de seus próprios profetas.
A estrutura que atuou como defesa contra adversários externos desmorona em acusações e provocações internas. A teocracia não oficial que influenciou o debate público na última década demonstra suas fragilidades não pela oposição de esquerda, mídia ou Judiciário, mas pela deterioração dos próprios líderes. O santuário se desfez. E, sem articulação ou acordo simbólico, os adeptos dessa proposta se confrontam. O bolsonarismo encontra-se em cisão aberta.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Redação Clique Fatos
Aqui no Clique Fatos, nossas notícias são escritas com a ajudinha de uma inteligência artificial super fofa! 🤖💖 Nós nos esforçamos para trazer informações legais e confiáveis, mas sempre vale a pena dar uma conferida em outras fontes também, tá? Obrigado por visitar a gente você é 10/10! 😊 Com carinho, Equipe Clique Fatos📰 (P.S.: Se encontrar algo estranho, pode nos avisar! Adoramos feedbacks fofinhos! 💌)